
A empresa paranaense Tradener, que foi a primeira comercializadora independente de energia do Brasil, está participando do processo de testes de importação do gás não convencional proveniente de Vaca Muerta, na Patagônia, uma das maiores reservas do mundo. O foco dessa fase é atestar a viabilidade operacional do fluxo do gás por meio do corredor Argentina-Bolívia-Brasil, o que envolveu a avaliação técnica da infraestrutura existente e dos procedimentos de transporte entre os três países.
O CEO da Tradener, Guilherme Avila, considera que esse é um momento importante, pois representa a abertura de uma nova rota de suprimento de gás para o mercado brasileiro e a consolidação de um movimento de integração regional que pode trazer maior competitividade e segurança energética para a indústria nacional.
Vale destacar que a Tradener atua há 26 anos com pioneirismo e inovação. Desde 2022, importa gás natural da Bolívia e conta com reservas próprias como produtora e comercializadora de gás, o que reforça sua presença estratégica no setor. No mercado internacional, opera a exportação de energia elétrica para Uruguai e a Argentina desde 2006. Além disso, mantém ativos próprios de geração, distribuídos em sete estados brasileiros, com usinas eólicas, pequenas centrais hidrelétricas e uma termelétrica. Ou seja, um portfólio diversificado que assegura flexibilidade e confiabilidade no atendimento ao mercado.
Na avaliação do CEO da empresa paranaense, que tem sua matriz em Curitiba e escritórios em Campinas, Caxias do Sul e Recife, a conexão com a Argentina, via Bolívia, será estratégica para diversificar a matriz de suprimento de gás no Brasil.
Também é importante destacar que a Tradener tem investido em soluções que acompanhem as transformações do setor e vem contribuindo com seus testes para garantir que essa nova rota de gás natural seja segura e viável.
Quando devem começar as operações comerciais regulares de gás natural proveniente da Argentina?
Segundo informações que me foram passadas pela Tradener, a partir dos resultados alcançados nesta fase, a expectativa é que os próximos passos avancem para operações comerciais regulares, contribuindo para o fortalecimento da integração gasífera sul-americana e abrindo novas oportunidades para o setor energético brasileiro.
A empresa argentina responsável pelo processo com a Tradener, é a Pampa Energia, uma das maiores companhias do setor energético da Argentina. Ela atua na geração e transmissão de energia elétrica, sendo uma das principais geradoras dos argentinos.
Na área de gás, é a terceira maior produtora da Cuenca Neuquina e a quinta do país. Como co-controladora da TGS, transporta 60% do gás consumido na Argentina. Além disso, desenvolve uma ampla gama de produtos petroquímicos, sendo a única produtora de borracha, estireno e poliestireno da Argentina.