MPRJ requer à Justiça antecipação de perícia em parque de diversões em Petrópolis


Ministério Público solicita à Justiça produção antecipada de provas periciais no Crazy Park, onde jovem de 19 anos morreu em acidente na madrugada deste sábado (3). A antecipação foi feita pelo MPRJ
Reprodução
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis, entrou na Justiça nesta quinta-feira (9) com um pedido para que seja realizada perícia antecipada no parque de diversões Crazy Park, instalado no Parque Municipal Paulo Rattes, em Itaipava, na Região Serrana do Rio.
O local segue interditado após o acidente que causou a morte do jovem João Victor Souza Trindade da Silva, de 19 anos, na madrugada do último sábado (3).
Segundo o MPRJ, o objetivo é garantir que as provas técnicas sobre as condições dos brinquedos e da estrutura não sejam perdidas, alteradas ou danificadas, já que o parque está montado em ambiente aberto, sujeito a mudanças climáticas e com acesso facilitado — o que pode permitir alterações acidentais ou até intencionais.
A urgência do pedido aumentou após um flagrante feito na manhã desta quinta (9), por volta das 6h20, pela Guarda Municipal de Petrópolis. Dois homens foram vistos abrindo as portas principais do parque. Um deles se apresentou como engenheiro mecânico e afirmou que faria uma perícia no local. Ele foi levado para a 106ª Delegacia de Polícia, onde foi registrado o boletim de ocorrência nº 106-01796/2025.
O engenheiro em questão é o mesmo profissional que assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) pela montagem das atrações do parque. Para o MPRJ, o fato reforça a suspeita de que a visita ao local tinha como intenção alterar ou desmontar os equipamentos, comprometendo a cena do acidente antes da perícia oficial.
Na última segunda-feira (5), o Ministério Público já havia protocolado um pedido de Tutela Provisória em Caráter Antecedente, com o objetivo de proibir qualquer retirada ou alteração das atrações do parque sem autorização judicial, até a conclusão das investigações técnicas.
Diante dos novos acontecimentos, o MPRJ solicitou à Justiça que sejam nomeados peritos nas áreas de engenharia mecânica e elétrica, para responder a uma série de quesitos técnicos, como o estado das instalações elétricas, a sinalização de restrições de uso (altura mínima e faixa etária), a existência e funcionamento de equipamentos de segurança, a realização de testes regulares e o treinamento adequado dos operadores dos brinquedos.
O órgão também pediu que o CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro) acompanhe a perícia por meio de sua equipe de fiscalização, com o objetivo de agilizar os trabalhos e reduzir os custos da investigação.
Atualmente, o parque continua interditado pela Polícia Civil e pelo Corpo de Bombeiros.
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