Ataques a redes de fibra ótica de operadoras francesas são alvo de ‘sabotagem’, diz polícia


Paris não foi afetada, segundo comunicado das autoridades nesta segunda-feira (29). Passageiros aguardam na Estação de Lille-Flanders após sabotagem interromper a circulação de trens de alta velocidade na França no dia 26 de julho de 2024
Evelyn Hockstein/Reuters
As redes de fibra ótica de várias operadoras de telecomunicações foram “sabotadas” em seis áreas da França, informou a polícia nesta segunda-feira (29). Paris, sede dos Jogos Olímpicos, não foi afetada.
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Uma pessoa foi presa no domingo (28) em um local da
O incidente ocorreu três dias após atos coordenados de sabotagem paralisarem os serviços de trens de alta velocidade horas antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas, perturbando a viagem de centenas de milhares de pessoas. (Leia mais abaixo)
Esta reportagem está em atualização.
Ataque a linhas de trem de alta velocidade
Poucas horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, os trens de alta velocidade de Paris, que ligam a cidade a outras regiões da França e a outros países, foram alvo de um ataque, segundo as autoridades francesas. Apesar dos atrasos e cancelamentos na saída dos veículos, a abertura das Olimpíadas não deverá sofrer mudanças na programação, segundo a imprensa internacional.
O ataque aconteceu durante a madrugada. Houve roubo e incêndio de cabos de fibra óptica, que enviam informações sobre os trajetos dos trens para a segurança dos motoristas, de acordo com veículos internacionais. A estimativa é a de que mais de 800 mil pessoas estejam sendo afetadas pelos ataques (veja vídeo abaixo e mais fotos ao final da reportagem).
A ação fez com que as operações da maior parte dos Trens de Alta Velocidade, do sistema TGV (na sigla em francês), fossem paralisadas. Em seu último comunicado, a operadora SNCF dos trens disse que houve uma retomada “parcial e muito gradual” do tráfego de trens nas últimas horas por conta de reparos de emergência das equipes técnicas. (Leia mais abaixo)
O primeiro-ministro francês Gabriel Attal descreveu a série de incêndios como “atos de sabotagem” realizados de maneira “preparada e coordenada”. O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, disse que espera realizar prisões de suspeitos do ataque em breve. Veja o que disseram outras autoridades francesas sobre o ataque.
Quem tentava chegar à Paris enfrentou atrasos e cancelamentos. As estações amanheceram com filas, a poucas horas da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, marcada para as 19h30 na França (14h30 no horário de Brasília).
A polícia da Bélgica anunciou na quinta (25) a prisão de sete suspeitos de planejar um ataque terrorista. A acusação da promotoria belga não deixa claro onde seriam os ataques do grupo e nem se há uma relação com os ataques às linhas de trens na França. Nesta sexta, autoridades belgas disseram que os suspeitos continuam sob custódia.
➡️Os TGVs ligam Paris a cidades de outras regiões da França e a outros países europeus. Como as viagens duram poucas horas, os ataques devem impactar quem se programou para viajar nesta sexta à capital francesa para acompanhar a abertura das Olimpíadas.
Os principais alvos foram as estações das linhas que ligam Paris a cidades como Lille, no norte, Bordeaux, no sudoeste, e Estrasburgo, no leste. Outro ataque, que liga Paris às cidades de Lyon e Marseille, ao sul do país, foi frustrado, segundo o jornal francês “Le Monde”. (Veja no mapa abaixo)
Veja o que se sabe sobre ataque a rede de trens em Paris antes de abertura da Olimpíada
Ataques aos trens rápidos de Paris
Arte/g1
Linhas entre Paris e outras regiões e países afetadas
Ataques à rede de trens antes da abertura das olimpíadas de Paris
Uma das linhas afetadas é a da rede Eurostar, que liga Londres a Paris. A empresa que administra a linha informou que um quarto dos serviços de sua rede devem ser cancelados entre esta sexta-feira e domingo (28) e pediu que passageiros adiem as viagens quando for possível. Também foram suspensos os trens da Bélgica para Paris.
Em entrevista coletiva, o presidente-executivo da empresa pública francesa responsável pelo transporte ferroviário, a SNCF, Jean-Pierre Farandou, disse que não há um prazo para que o problema seja resolvido porque a manutenção é manual e precisa ser feita uma a uma, sendo necessário centenas de trabalhadores.
Nas redes sociais, a SNCF disse que está tentando normalizar o serviço, mas não deu um prazo para que os trens voltem a operar. Em comunicado, empresa chegou a pedir que as pessoas cancelassem as viagens.
Em comunicado de pouco antes das 11h (horário de Brasília), a operadora SNCF disse que houve uma retomada “parcial e muito gradual” do tráfego de trens nas últimas horas por conta de reparos de emergência das equipes técnicas. Veja como está a situação:
➡️ Na linha que liga Paris ao oeste e sudoeste Francês, cidades como Bordeaux e Rennes, um em cada três trens opera na linha, com tempos de viagem prolongados de 1h30 a 2h.
➡️ No eixo norte, que liga a capital a Lille, os TGVs operam com atrasos de 1h30 a 2h e alguns trens são cancelados.
➡️ No eixo leste, os reparos possibilitaram a retomada do tráfego normal até a cidade de Metz. Na linha até Estrasburgo, os TGVs operam com atrasos de 1 hora e alguns cancelamentos.
A operadora disse também que os trabalhos de reparo continuam, mas o tráfego permanecerá interrompido neste fim de semana.
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Cabo danificado em Courtalain, na França, após ataques à rede francesa de trens de alta velocidade horas antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris
Prefeitura de Vald’Yerre via Reuters
O que dizem as autoridades
As autoridades francesas chamaram o ataque de “ação criminosa” e disseram que estão investigando os responsáveis. Até o início desta manhã, ninguém havia sido preso.
O ministro dos Transportes, Patrice Vergriete, postou no X que “condena veementemente estes atos criminosos” e que trabalha para restaurar o tráfego dos trens.
“Atos coordenados atingiram várias linhas do TGV na noite passada e irão perturbar gravemente o tráfego até este fim de semana. Condeno veementemente estas ações criminosas”, postou.
A ministra dos Esportes, Amélie Oudéa-Casteram, condenou o ataque ao sistema ferroviário e afirmou que trabalha para garantir o transporte de delegações de atletas para os locais de competição. Em declarações à televisão BFM, ela disse que “jogar contra os Jogos é jogar contra a França”.
O chefe da polícia de Paris, Laurent Nunez, disse à rádio France Info que enviaria reforços para estações ferroviárias, que estão lotadas por causa dos ataques. Ele concentrou seu pessoal nas estações ferroviárias parisienses.
Funcionários trabalham para reparar rede de trens de alta velocidade após ataques no dia 26 de julho de 2024
Brian Snyder/Reuters
Passageiros se aglomeram na Estação Montparnasse, em Paris, após a rede ferroviária de alta velocidade da França ser atingida por atos de vandalismo no dia 26 de julho de 2024
Thibaud Moritz/AFP
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