
Em nota conjunta, representantes dos investigados alegam que não conseguiram ver teor dos depoimentos. O médico Luiz Antonio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, são suspeitos pela morte de Larissa Rodrigues em Ribeirão Preto (SP). Marido e sogra são suspeitos de envolvimento na morte de professora envenenada
Reprodução/EPTV
Os advogados de defesa do médico Luiz Antonio Garnica e de Elizabete Arrabaça, investigados pela morte por envenenamento da professora Larissa Rodrigues, em Ribeirão Preto (SP), divulgaram uma nota conjunta nesta terça-feira (13) criticando a demora no acesso aos documentos da investigação.
No comunicado, os representantes legais argumentam que somente tiveram acesso ao teor do inquérito policial na segunda-feira (12) e que, mesmo assim, não conseguiram obter todas as informações necessárias para o confronto da defesa, como os depoimentos.
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“Todos possuem direito à defesa ampla e irrestrita e, no presente caso, está sendo cerceado esse sagrado e constitucional direito aos investigados e principalmente aos seus defensores devidamente constituídos, prejudicando o exercício de uma garantia constitucional fundamental”, comunicaram.
Respectivamente marido e sogra da professora, Garnica e Elizabete respondem por homicídio qualificado, estão presos temporariamente desde o dia 6 e tiveram pedidos de habeas corpus recusados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
Eles são suspeitos por envolvimento na morte da professora, no apartamento em que vivia com o médico em março depois de manifestar a intenção de se separar do marido ao descobrir um caso extraconjugal dele.
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Um laudo toxicológico apontou a presença de “chumbinho” no organismo da vítima. A sogra é apontada como a última pessoa a estar com a professora antes da morte dela.
Tanto Garnica quanto Elizabete negam participação ou responsabilidade pela morte da professora.
A professora Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano
Arquivo pessoal
Demora no acesso e falta de depoimentos
A nota conjunta é assinada pelos advogados Bruno Corrêa Ribeiro e João Pedro Soares Damasceno, que representam Elizabete, e por Heráclito Mossin e Júlio Mossin, defensores de Garnica. Eles reclamam que somente no final da segunda-feira foi liberado acesso ao inteiro teor das investigações, direito previsto pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Contudo, para nossa surpresa, nenhuma ‘diligência em andamento’, como informado pela Polícia Civil e pelo Poder Judiciário para justificar a demora ao acesso foi, até o presente momento, colacionado aos autos, desde o momento da prisão de nossos clientes”, argumentam.
Eles questionam a ausência de depoimentos, muitos deles já divulgados na imprensa desde o cumprimento dos mandados de prisão temporária, e que isso prejudica o trabalho dos advogados.
“Enquanto nossos clientes seguem presos temporariamente, sem que suas defesas tenham ciência do inteiro teor da investigação, mas somente daquilo que já teria sido objeto de negativa de pedido de prisão temporária em data anterior.”
Os advogados apontam que somente algumas certidões, como a de cumprimento das prisões, pedidos de vista dos autos e procurações dos advogados constam no procedimento investigatório.
“Ou seja, se pode juntar certidão aos autos, poderia e deveria ser disponibilizado para as defesas, todas as demais diligências já realizadas, inclusive às oitivas de testemunhas e eventuais outros investigados, bem como os conteúdos dos celulares já nacionalmente divulgados em matérias jornalísticas.”
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