O que é “cachê da desgraça alheia” citado em depoimento de Virginia Fonseca

Nesta terça-feira (13), a influenciadora digital Virginia Fonseca, prestou depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que investiga a atuação de empresas de apostas no país. Durante a sessão, o termo “cachê da desgraça alheia” foi mencionado diversas vezes pela presidente da Comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).

Para se ter uma ideia, o “cachê da desgraça alheia” é uma frase de efeito para exemplificar o alto percentual que os influenciadores recebem nos contratos de publicidades em função das perdas de seguidores em sites de apostas.

A influenciadora, que já foi relacionada com esta prática anteriormente, negou ter recebido algum cachê proveniente deste tipo de transação.

“Fechei meu contrato [com a empresa] e esse valor que eles me pagaram, se eu dobrasse o lucro dele, eu receberia 30% a mais da empresa. Em momento algum, [foi] sobre perdas dos meus seguidores. Nunca teve sobre isso no meu contrato. Meu contrato não tem nada de anormal. Então, o que aconteceu foi isso, mas que nem foi atingido esse valor, nem foi dobrado [o lucro]. Nunca recebi R$ 1 a mais do que o meu contrato de publicidade que eu fiz por 18 meses. Era um valor fixo, se eu dobrasse o lucro, eu receberia 30% a mais da empresa, mas isso não chegou a acontecer. Não recebi R$ 1 a mais do contrato. Lembrando que isso era uma cláusula padrão, que na época com todos os meus contratos eram assim, com todas as outras empresas, não era só bets”, afirmou.

Esses sites de apostas já eram legalizados no país desde 2018, mas segundo os parlamentares que participam da CPI, é necessário aumentar a fiscalização e regulação. Ao longo dos dois primeiros anos de mandato, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), avançou com as regras, que foram sancionadas em 2023 e ganharam uma Secretaria própria no começo de 2024 com o objetivo de agilizar a regulação. Foi no início deste ano, em janeiro, que o mercado regulado de apostas de quota fixa, as bets, passou a vigorar.

Veja o que determina a regulação:

A partir da regulação, as transações feitas pelas bets, só podem ser feitas por meio de pagamento autorizado pelo Banco Central (BC). Além disso, a lei também prevê que, após o pedido, o valor sacado pelo jogador precisa ser depositado em até duas horas.

Para garantir a segurança financeira dos apostadores, é proibido o uso de cartões de crédito.

A regulação também determina uma política de lavagem de dinheiro, que determina:

  • Que jogadores sejam identificados por documentos e sistema de reconhecimento facial com prova de vida;
  • O apostador deve cadastrar uma conta em seu nome, e a empresa de apostas fica proibida de receber ou depositar em outras contas que não sejam a cadastrada;
  • A proibição de depósitos ou pagamento com dinheiro em espécie ou boleto.

A lei também reforça a penalidade contra o uso dessas plataformas por menores de idade.

Este conteúdo foi originalmente publicado em O que é “cachê da desgraça alheia” citado em depoimento de Virginia Fonseca no site CNN Brasil.

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