
O sistema rápido de transporte público da capital começou a ser implantado há mais de 10 anos e, até então, ainda não funciona da forma em que o projeto foi concebido. Sem integração, nem bilhetagem única. MP recomenda que Estado assuma o BRT de Belém
O Ministério Público do Pará (MPPA) recomendou que o Governo do Pará assuma a operação do BRT de Belém. A medida é para que haja integração com o BRT Metropolitano, que ainda está em obras e já é gerido pelo Estado.
O sistema rápido de transporte público da capital começou a ser implantado há mais de 10 anos e, até então, não funciona da forma proposta.
O promotor de justiça Raimundo Moraes explica que o BRT “não é simplesmente uma estrutura de canaletas e estações, é mais que isso”. “Tem uma lógica, um sistema operacional, para facilitar o alcance do transporte a todos que estão no território, capilarizando o transporte”.
Ele diz, ainda, que o MPPA vinha conversando com os prefeitos da região metropolitana de Belém e com o Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM), responsável pelo BRT Metropolitano. “Com o aceite do órgão e do prefeito de Belém Igor Normando teremos a oportunidade de voltar ao conceito real e original”.
“(A proposta é) fazer um só sistema, com uma só tarifa, uma só estrutura, um só controle, garantindo portanto que o BRT de Belém possa alcançar os resultados”, afirma.
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Enquanto isso, muitos passageiros continuam enfrentando a situação atual do BRT, sem integração. A estação em São Brás é uma das que mais tem gente esperando o próximo ônibus para seguir viagem.
A espera é longa, como afirma o ajudante de pedreiro, Renilson Souza. Ele aguarda por mais de uma hora. Já a doméstica Tatiana Oliveira afirma que, além da demora, o veículo vem sempre lotado.
Os passageiros costumam usar o transporte em pé, tentam se acomodar em um transporte visivelmente lotado. Na maior parte do tempo, a pista expressa fica vazia e algumas estações já não funcionam. Uma em São Brás está fechada e depredada.
A recomendação do MP aponta que, em Belém, não vem sendo realizado o conceito integral de BRT. O órgão aponta que:
há dois sistema para a mesma área e atividade: o BRT Metropolitano (NGTM) e o Sistema BRT (Prefeito de Belém);
não há integração física completa dos sistemas BRT;
não há previsão de integração tarifária, com bilhetagem única.
O BRT Belém foi criado para desafogar o trânsito e facilitar o trânsito de pessoas entre o distrito de Icoaraci e Belém. A previsão era que a obra começasse em janeiro de 2012 e terminasse em 18 meses.
A obra inicial foi orçada em R$ 263 milhões. O investimento real é de quase R$ 980 milhão, mesmo assim o sistema não opera de forma ideal, segundo o MPPA.
A secretaria municipal responsável pela gestão do BRT de Belém informou que já foi notificada e já está em planejamento com o Governo do Estado para responder à recomendação do MP.
Estação do BRT na av. Almirante Barroso, em Belém.
Reprodução / Agência Belém
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