Bonecas imitam recém-nascidos e os valores podem chegar a mais de R$ 3 mil. Em Goiás, um casal montou um enxoval próprio e até um perfil nas redes sociais para a bebê. Bebê reborn: entenda o que são as bonecas hiper-realistas
As bebês reborn, que se tornaram uma febre nas redes sociais, são bonecas hiper-realistas que compõem algumas famílias que criam um vínculo com as imitações. Em Goiás, a guarda de uma boneca virou alvo de uma disputa entre um casal, que fizeram um enxoval próprio e até um perfil nas redes sociais para a bebê (entenda mais detalhes abaixo).
A advogada goiana, Suzana Ferreira, surpreendeu ao publicar nas redes sociais um vídeo em que contou ter sido procurada por uma “mãe” para defender o direito à guarda da boneca, em Goiânia. O relato já atingiu mais de 3 milhões e mais de 120 mil curtidas no Instagram.
O que é uma bebê reborn?
Bebês reborn fabricadas por artesã em Goiás
Weimer Carvalho/O Popular
As bebês reborn são bonecas hiper-realistas criadas de forma artesanal para imitar recém-nascidos e os valores podem chegar a mais de R$ 3 mil.
No Rio de Janeiro, vereadores aprovaram, no dia 7 de maio, o “Dia da Cegonha Reborn”, em homenagem às artesãs que criam bonecas. Caso o protejo receba aval do prefeito Eduardo Paes (PSD), a data será celebrada no dia 4 de setembro.
“A arte da Cegonha Reborn também tem sido utilizada em diversos países, como forma de lembrança de um filho pequeno ou de um bebê que não sobreviveu”, mencionou o texto do projeto.
Ao g1, a psicanalista Maysa Balduíno pontuou que é difícil explicar a condição das mães de bebês reborn e que cada caso deve ser analisado individualmente. Ela contou que existem abordagens terapêuticas que utilizam as bonecas para lidar com pacientes enlutados.
“Quando recebo notícias sobre os bebês reborn, tenho a impressão de que, para algumas pessoas, deve ser um alívio: um bebê sem vida, mas extremamente vivo para quem se sente mãe. Uma condição mais lúdica do que a de uma mãe de um bebê humano mortal”, destacou.
Entenda a disputa
Advogada diz que foi procurada por “mãe” de bebê reborn
No vídeo, publicado na segunda-feira (12), a advogada Suzana Ferreira, especialista em direito digital, contou que atendeu uma mulher que afirmou ter constituído uma família, na qual a bebê reborn fazia parte. Após o fim do relacionamento, o ex-companheiro insistiu em ficar com a boneca.
A “mãe” mencionou que outra boneca não solucionaria a questão devido ao apego emocional. A mulher disse ainda que acharia justo se os custos da compra da boneca fossem divididos, além do valor pago no enxoval que ambos fizeram para a bebê.
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Ao g1, Suzana contou que recusou o caso, pois “não é possível regulamentar a guarda de uma boneca”. No entanto, a advogada afirmou que ofereceu ajudar a mulher apenas na disputa pela administração da rede social da bebê, que está rendendo monetização e publicidade.
Aumento de vendas
Viralização das bebês reborn aumentaram as vendas, diz empresária
Reprodução/Arte Ryka
Em entrevista à TV Anhanguera, Reylla Campos, sócia da loja Arte Ryka de Goiânia, uma marca especializada em bebês hiper-realistas, que tem sua matriz na cidade de Rio Verde, destacou que houve um aumento de vendas devido a viralização das bonecas reborn nas redes sociais.
“Adultos que tinham receio, mas com essa viralização, viram que não são só crianças que gostam de bebês […] porque é uma obra de arte”, disse a empresária.
Os bebês hiper-realistas que vende em sua loja estão na faixa de R$ 1.850 até 2 mil. “São bebês que são feitos a mão, então tem todo um trabalho manual, com ‘veias’, manchas de frio e ‘dobrinhas'”, explicou. Reylla ressaltou que é um trabalho minucioso.
Além da boneca, o comprador recebe uma “experiência completa de primeiros cuidados”, como mamadeira com leite falso, chupeta, escova de cabelo, condicionador sem enxágue e fralda.
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