Operação mira PMs que pediam propina para liberar contrabando da Argentina

O Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Francisco Beltrão, deflagrou na manhã desta quinta-feira (15) a Operação Mensageiro, que investiga dois policiais militares suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção ligado ao contrabando de produtos da Argentina. Ambos atuavam no pelotão de Barracão, no sudoeste do estado.

De acordo com o MP, os agentes cobravam propina de contrabandistas para liberar cargas apreendidas ou para não realizar ações policiais contra elas.

Em algumas situações, parte das mercadorias retidas era desviada pelos próprios policiais para uso pessoal. A investigação também apura crimes como associação criminosa, peculato, prevaricação e lavagem de dinheiro.

Os mandados foram autorizados pelo Juízo da Auditoria da Justiça Militar. No total, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, oito de busca pessoal e dois de prisão temporária, com duração inicial de cinco dias.

As ações ocorreram nos municípios de Barracão, Pranchita (PR) e Dionísio Cerqueira (SC), com apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar e do Gaeco de Santa Catarina.

Durante a operação, um “bunker” escondido atrás de uma parede falsa, com acesso por cartão magnético, foi localizado na casa de um suspeito de intermediar o contato entre policiais e contrabandistas. No local, havia dinheiro em espécie, documentos e equipamentos eletrônicos, que ainda serão periciados. Veja:


Segundo o promotor de Justiça Tiago Vacari, os envolvidos teriam lucrado semanalmente com o esquema. “Foram apreendidos diversos documentos, aparelhos celulares, bem como muito dinheiro em espécie que ainda está sendo contabilizado”, afirmou.

O processo segue em investigação pelo Gaeco de Francisco Beltrão.

Em nota, a Polícia Militar do Paraná (PMPR) disse que um procedimento será instaurado para apurar os fatos no âmbito administrativo e criminal, oportunizando aos envolvidos a devida ampla defesa e contraditório.

“A Polícia Militar reafirma seu compromisso com a legalidade, moralidade e transparência, colaborando de maneira direta, por meio de sua Corregedoria, para identificar e reprimir condutas indevidas praticadas por seus integrantes”, informou.

*Sob supervisão de Carolina Figueiredo

Este conteúdo foi originalmente publicado em Operação mira PMs que pediam propina para liberar contrabando da Argentina no site CNN Brasil.

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