Cerca de 240 câmeras estão espalhadas pela Região Metropolitana de Vitória e funcionam desde novembro de 2024. O objetivo é facilitar a busca por foragidos da justiça ou desaparecidos. Reconhecimento facial ajuda a prender 100 pessoas no ES
Uma nova tecnologia que faz a leitura de rostos de criminosos já ajudou a prender a mais de 100 pessoas no Espírito Santo. Com câmeras espalhadas em prédios públicos e ônibus da Grande Vitória, o reconhecimento facial tem auxiliado a polícia a reconhecer pessoas com mandado de prisão em aberto, foragidas ou desaparecidas.
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Ao todo, são 240 câmeras espalhadas na Região Metropolitana de Vitória, que estão funcionando desde novembro do ano passado. Até o dia 14 de maio, 103 suspeitos foram presos com ajuda dessa tecnologia.
No sistema, uma ferramenta que fica instalada nas câmeras capta a face humana em tempo real das pessoas e encaminha as imagens para um servidor. O computador é abastecido com um banco de dados de criminosos.
Após uma comparação com a base de dados, a própria tecnologia identifica se a imagem encaminhada corresponde a de uma pessoa com mandado de prisão no sistema da polícia.
O subsecretário de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Romualdo Gianordoli, explicou que, mesmo em casos antigos, a tecnologia consegue identificar o foragido.
Antônio Manoel do Nascimento Santos era procurado pela polícia de Alagoas, mas foi preso no Espírito Santo após ser reconhecido por câmeras
Reprodução
“O algoritmo faz cálculos aritméticos da face das pessoas que passam pela câmera, e o algoritmo reconhece as pessoas mesmo que estejam diferentes. Nós temos uma base de dados robusta que permite identificar com precisão se o indivíduo é o criminoso”, explicou o subsecretário.
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Após a identificação e comparação das imagens, o mandado de prisão é enviado para uma equipe policial mais próxima do suspeito. “Com as informações, os policiais abordam o suspeito, pedem o documento de identificação e confirmam os dados com a base. Caso a identidade seja confirmada, o mandado é cumprido, se ele estiver em aberto”, explicou o gerente de operações da Sesp, Jordano Gasperazzo.
Esse foi o caso de Antônio Manoel do Nascimento Santos, que era procurado pela polícia do estado de Alagoas pelo crime de homicídio qualificado, cometido em dezembro de 2005. O homem era considerado foragido da justiça até que, quase 20 anos depois, no mês passado, foi preso na Grande Vitória, graças ao monitoramento.
Ramon Santos de Almeida matou um homem a pauladas, socos e pontapés, em Cariacica, e foi reconhecido por câmeras com reconhecimento facial no Espírito Santo
Reprodução
Em 2017, Ramon Santos de Almeida matou um homem a pauladas, socos e pontapés, em Cariacica. O homem passou oito anos sendo procurado pela polícia, até que foi reconhecido pelo mesmo sistema e, finalmente, preso no início deste mês com a ajuda da tecnologia.
Lindomar Guerra também foi preso em maio deste ano, da mesma forma. Ele tinha um mandado em aberto por tentativa de feminicídio e lesão corporal, em 2016.
Lindomar Guerra foi preso por tentativa de feminicídio e lesão corporal após ser reconhecido por câmeras no Espírito Santo
Reprodução
De acordo com a Sesp, entre os 103 presos entre novembro e maio, há suspeitos de terem cometido crimes variados, como tráfico de drogas, roubo, homicídios, estupro, corrupção de menores, entre outros.
Os números de prisões num curto espaço de tempo provam que o sistema tem surtido efeito e deve ser ampliado. “A ideia é que tenha maior capilaridade possível, com câmeras por todos os lugares para que realmente seja cada vez mais difícil um criminoso possa transitar sem ser reconhecido pelas forças de segurança”, disse o subsecretário de Inteligência da Sesp, Romualdo Gianordoli.
Simulação mostra como funciona sistema de reconhecimento facial da polícia no Espírito Santo
Reprodução / TV Gazeta
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