
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 0,25%, cotada a R$ 5,6546. A bolsa subiu 0,32% e encerrou aos 139.636 pontos, renovando a maior pontuação da história. Notas de dólar.
Reuters
O dólar abriu em queda nesta terça-feira (20), aguardando os discursos de sete autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) após o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Moody’s, ocorrido no fim da semana passada.
A nota da maior economia do mundo desceu em um degrau, de “AAA” para “AA1” e teve a perspectiva alterada de “negativa” para “estável”. Segundo a Moody’s, o aumento da dívida dos EUA intensificou as preocupações dos investidores quanto à sustentabilidade das contas públicas do país. (saiba mais abaixo)
O mercado acompanha os pronunciamentos para avaliar a reação da instituição ao rebaixamento e tentar antecipar quais medidas o banco central americano poderá adotar na condução da política de juros.
Os diretores do Fed devem se dividir entre os que preferem aguardar novos dados econômicos antes de tomar decisões e os que darão ênfase à desaceleração da inflação e ao acordo entre EUA e China — que, embora represente uma trégua na guerra comercial, tem duração prevista de apenas 90 dias.
Atualmente, os investidores esperam que o Fed promova ao menos dois cortes na taxa de juros, de 0,25 ponto percentual cada, até o final do ano. O primeiro ajuste é aguardado para setembro.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
Às 9h, o dólar operava em queda de 0,10%, cotado a R$ 5,6489. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda americana fechou em queda de 0,25%, cotada a R$ 5,6546.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,25% na semana;
queda de 0,39% no mês; e
perda de 8,50% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,32%, aos 139.636 pontos, em um novo recorde histórico.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 0,32% na semana;
avanço de 3,38% no mês; e
ganho de 16,09% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
A agência Moody’s citou o aumento da dívida do país e os juros a níveis “significativamente mais altos do que os de [países] soberanos com classificação semelhante”.
“As sucessivas administrações e o Congresso dos EUA falharam em chegar a um acordo sobre medidas para reverter a tendência de grandes déficits fiscais anuais e custos crescentes de juros”, disse a Moody’s em um comunicado.
O receio com a dívida de US$ 36 trilhões dos EUA também aumentou à medida que os republicanos buscam aprovar um pacote de cortes de impostos do presidente Donald Trump, que poderia adicionar de US$ 3 trilhões a US$ 5 trilhões em novas dívidas na próxima década.
A priori, o rebaixamento derrubou as ações dos EUA e elevou os rendimentos dos títulos do Tesouro americano nesta segunda, mas o S&P 500 conseguiu se recuperar ao longo do dia e registrar seu sexto dia de altas consecutivas.
China corta taxas de juros
A China reduziu as taxas de juros de referência para empréstimos pela primeira vez desde outubro, e os principais bancos estatais também diminuíram suas taxas de depósito para incentivar e proteger a economia dos efeitos da guerra comercial com os EUA.
A magnitude dos cortes foi modesta, mostrando acautela por parte das autoridades. O Banco do Povo da China anunciou que a taxa primária de empréstimos (LPR) de um ano foi reduzida para 3%. A LPR de cinco anos chegou a 3,5%.
A maior parte dos empréstimos novos e em aberto na China está atrelada à LPR de um ano, enquanto a taxa de cinco anos influencia os custos das hipotecas. Ambas se encontram agora no menor patamar desde a reformulação do mecanismo de LPR, em 2019.
As reduções nas taxas integram um conjunto de medidas anunciadas pelo presidente do banco central, Pan Gongsheng, e por outros reguladores financeiros, que resultaram em um arrefecimento da guerra comercial.
Como resultado, as ações da China e de Hong Kong subiram. O índice de Xangai teve alta de 0,38%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,54%.
Acordos sobre tarifas
Os investidores também continuaram à espera de possíveis novos acordos dos EUA com seus parceiros comerciais, para diminuir os impactos do tarifaço de Trump.
🔎 A lógica do mercado é que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.
Na segunda-feira, a China pediu aos EUA que tomem medidas políticas responsáveis para manter a estabilidade do sistema financeiro e econômico internacional e proteger os interesses dos investidores.
Isso ocorre depois que o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse em entrevistas no domingo que Trump imporá tarifas na mesma taxa que ameaçou no mês passado aos parceiros comerciais que não negociarem de “boa fé”.
No entanto, uma reportagem do “Financial Times” de que o país iniciou negociações comerciais sérias com a União Europeia, quebrando um longo impasse, ofereceu alguma esperança de novos acordos sobre as tarifas.
No início deste mês, Washington assinou um acordo com o Reino Unido. Trump também já disse anteriormente que tem possíveis acordos com a Índia, com o Japão e com a Coreia do Sul no radar.