O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou que os acusados de envolvimento no ataque com uma substância ácida contra Isabelly Aparecida Ferreira Moro, em 22 maio de 2024, serão julgados pelo Tribunal do Júri.
A decisão de pronúncia foi publicada pela Vara Criminal de Jacarezinho e encaminha o processo para julgamento popular, ainda sem data marcada.
Serão levados a júri o ex-namorado da vítima, Marlon Ferreira Lemes, e a atual companheira dele, Débora Aparecida Custódio Ferreira. Marlon está detido na Penitenciária Estadual de Londrina e Débora, na Cadeia Pública de Santo Antônio da Platina.
A defesa de Marlon, representada pelo advogado Leonardo Pimenta de Freitas Aguiar, esclareceu que a sentença de pronúncia não representa um juízo definitivo sobre a culpa do acusado, mas apenas o reconhecimento de indícios suficientes para levar o caso a julgamento.
“Desde o início do processo, a defesa tem argumentado que não houve ‘domínio do fato’ por parte de Marlon, especialmente porque ele se encontrava custodiado à época dos fatos”, destacou o advogado.
A defesa sustenta a tese de que a conduta deve ser desclassificada para lesão corporal grave, com afastamento das qualificadoras, e confia que o plenário do júri será o espaço adequado para esclarecer a ausência de intenção homicida.
Já o advogado Jean Campos, que atua na defesa de Débora Custódio, criticou a decisão judicial, classificando a acusação de tentativa de feminicídio como desproporcional e sem respaldo nas provas.
“A acusação, da forma como foi construída, beira o absurdo e se revela um instrumento de autopromoção de quem acusa”, afirmou. A defesa informou que irá recorrer, buscando a anulação da decisão de pronúncia e o afastamento das qualificadoras atribuídas à ré.
Relembre o caso
A vítima andava pela calçada quando foi surpreendida por uma mulher, vestindo roupas pretas e uma peruca loira. A suspeita jogou uma substância ácida em direção ao rosto da jovem, que chegou a correr e se lançar ao chão esboçando dor. Ela chega a pedir ajuda a pessoas que passavam pelo local instantes após o ataque.
Na época, no local dos fatos, a PM encontrou um copo e uma sacola que teriam sido utilizados no crime. Imagens de câmera de segurança também foram colhidas. Os objetos e as imagens foram encaminhados para a Polícia Civil.
*Sob supervisão
Este conteúdo foi originalmente publicado em Acusados de atacar jovem com soda cáustica vão a júri popular no PR no site CNN Brasil.