Entidades que representam bancos e indústrias engrossaram o coro de críticas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que entrou em vigor a partir desta sexta-feira (23).
Em notas, as entidades dos setores informaram que a tributação traz prejuízos para a economia, como a inibição dos investimentos, o desestímulo ao crescimento e a elevação de custos.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apontou que a medida vai refletir em alta dos custos e perda de investimento.
Para a entidade, a decisão vai na direção oposta aos programas do governo para impulsionar o crescimento da indústria, como o Programa Nova Indústria Brasil e as políticas de transição energética.
“Tais medidas terão como consequência o aumento dos custos das empresas, inclusive as do setor industrial, já penalizadas pela distribuição tributária desigual e pela dificuldade de acesso ao crédito – sobretudo em um ambiente marcado por taxa básica extremamente contracionista e spreads bancários excessivamente elevados. O efeito será muito negativo sobre a atividade econômica e vai inibir investimentos”, destacou a Fiesp.
O aumento do IOF foi anunciado pelo Ministério da Fazenda na véspera, com potencial de arrecadar R$ 61 bilhões em dois anos. A medida, porém, foi criticada fortemente pelo mercado, sobretudo na taxação de fundos que investem no exterior.
O governo recuou em partes e excluiu este trecho da medida.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), ressaltou que a revogação parcial da medida em menos de 24 horas “é um retrato preocupante da instabilidade regulatória que vem afastando investimentos e prejudicando o ambiente de negócios no Brasil”.
O setor financeiro também criticou a decisão do governo. Para a Associação Brasileira dos Bancos (ABBC), o aumento do IOF pode contribuir para aumento da inadimplência e elevar custo de crédito.
Segundo a entidade, as novas alíquotas sobre o crédito aumentarão os custos para as empresas, de todos os tamanhos. Num cenário de incertezas na economia internacional e de juros altos no Brasil, a ABBC advertiu para o risco de que o aumento do imposto seja repassado para os preços.
Veja como ficam as compras internacionais com as novas regras do IOF
*Com informações da Agência Brasil
Este conteúdo foi originalmente publicado em Associações de bancos e indústrias críticam aumento do IOF no site CNN Brasil.