‘A Simple Accident’, do iraniano Jafar Panahi, leva Palma de Ouro no Festival de Cannes

Brasil também competia na categoria, com o filme “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho. O diretor iraniano Jafar Panahi levou o prêmio Palma de Ouro pelo filme “A Simple Accident”, neste sábado (24). O diretor foi perseguido pelo regime dos aiatolás e não quis antecipar destalhes de seu novo filme. Veja ao final desta reportagem a lista com os 22 filmes que concorreram à premiação.
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Brasil estava entre os preferidos
O Brasil estava entre os preferidos na categoria pelo filme “O Agente Secreto”. Apesar de o país não ter conseguido o prêmio máximo do festival francês, Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura levaram o Cannes de melhor diretor e melhor ator, respectivamente.
O longa brasileiro se destacou como um dos prováveis vencedores do prêmio na última semana, após sua estreia no festival francês ter vindo com cerca de 15 minutos de aplausos, segundo a jornalista Jada Yuan, do “Washington Post”.
Desde então, o filme ganhou muitos elogios da crítica internacional e também conquistou o Prêmio da Crítica no Festival neste sábado.
“Um filme de caráter, uma vitrine para a performance complexa e simpática de Moura, mas também a plataforma para uma produção cinematográfica emocionante e ousada”, escreveu o jornal “The Guardian” sobre o filme.O “The Guardian” também deu nota máxima ao filme brasileiro, definindo-o como “visual e dramaticamente soberbo”, além de “ambicioso, complexo e elusivo”.
O jornal britânico não foi o único: diversos veículos internacionais também enalteceram o longa na última semana.
O “Hollywood Reporter”, por exemplo, chamou o filme de “magistral”, com um “retorno maravilhoso de Wagner Moura ao cinema brasileiro”. “Ele sempre foi um bom ator, mas Mendonça Filho faz dele uma estrela de cinema”.
Já o site The Playlist escreveu que Wagner Moura “comanda” o “belíssimo drama criminal”, avaliando o filme como A+ (5 estrelas). Para o site, o filme é uma “obra-prima” de Mendonça Filho, “o esforço mais ambicioso e monumental de uma carreira sem tropeços até agora”.
Assista ao trailer de ‘O Agente Secreto’
Veja lista dos 22 filmes que concorreram à Palma de Ouro no Festival de Cannes 2025:
“Sound of falling”, da alemã Mascha Schilinski – Um drama que reúne quatro mulheres de quatro gerações diferentes em uma propriedade rural.
“Two prosecutors”, do ucraniano Sergei Loznitsa – Um filme ambientado na União Soviética dos anos 1930, durante os expurgos stalinistas.
“Dossier 137”, do francês Dominik Moll – Um filme policial sobre uma inspetora que enfrenta as consequências de um protesto em que um jovem foi ferido por um tiro dos agentes.
“Sirat”, do espanhol Oliver Laxe – Um road movie, protagonizado por Sergi López.
“La petite dernière”, da francesa Hafzia Herzi – A atriz e diretora adapta livremente o romance homônimo de Fatima Daas, que narra a história da filha mais nova de uma família de migrantes argelinos, que pouco a pouco se emancipa de sua família e suas tradições.
“Eddington”, do americano Ari Aster – Um filme sobre um xerife de uma pequena cidade do Novo México com grandes aspirações. O elenco tem Joaquin Phoenix, Pedro Pascal e Emma Stone.
“Renoir”, da japonesa Chie Hayakawa – Um drama sobre o amadurecimento, a resiliência, o poder de cura da imaginação e uma família traumatizada que lutando para se reconectar.
“Nouvelle Vague”, do americano Richard Linklater – Um filme sobre as filmagens de “Acossado” (1960) de Jean-Luc Godard.
“Die, My Love” de la británica Lynne Ramsay – Um thriller sobre uma jovem que acaba de ser mãe e cai em depressão. O elenco inclui Jennifer Lawrence e Robert Pattinson.
“O Agente Secreto”, do brasileiro Kleber Mendonça Filho – Um thriller político ambientado no final dos anos 1970, durante a ditadura militar brasileira, protagonizado por Wagner Moura.
“O Esquema Fenício”, do americano Wes Anderson – Uma comédia de espionagem protagonizada por várias estrelas de Hollywood, como é habitual em suas produções, incluindo Benicio Del Toro, Tom Hanks, Bill Murray, Scarlett Johansson e Mia Threapleton, filha de Kate Winslet.
“Les Aigles de la République”, do egípcio Tarik Saleh – Prestes a perder tudo, o ator mais famoso do Egito aceita interpretar o papel de presidente em um filme biográfico em sua homenagem, apesar do risco envolvido.
“Alpha”, de Julia Ducournau – Quatro anos depois de conquistar o maior prêmio de Cannes com “Titane”, a diretora francesa apresenta sua nova obra com Golshifteh Farahani e Tahar Rahim, a história de uma menina que enfrenta a epidemia de aids nos anos 1980.
“A Simple Accident”, de Jafar Panahi – O diretor iraniano, perseguido pelo regime dos aiatolás, não quis antecipar destalhes de seu novo filme.
“Fuori”, do italiano Mario Martone – Um filme biográfico sobre a atriz e escritora italiana Goliarda Sapienza.
“Romería”, da espanhola Carla Simón – A diretora, vencedora do Urso de Ouro no Festival de Berlim em 2022 por “Alcarràs”, narra a viagem familiar de uma jovem catalã à Galícia após perder os pais para a aids, o mesmo drama que Simón viveu quando era criança.
“The History of Sound”, do sul-africano Oliver Hermanus – Durante a Primeira Guerra Mundial, dois jovens decidem registrar as vidas, vozes e a música de seus compatriotas americanos. Filme protagonizado por Paul Mescal e Josh O’Connor.
“Sentimental Value”, do norueguês Joachim Trier – Trier repete a parceria com a atriz Renate Reinsve (“A Pior Pessoa do Mundo”, 2021) em um longa-metragem que mostra como um diretor tenta refazer os laços com suas filhas.
“Woman and Child”, do iraniano Saeed Roustaee – Um drama familiar sobre uma enfermeira viúva que enfrenta a rebeldia de seu filho. Protagonizada por Parinaz Izadyar.
“Resurrection”, do chinês Bi Gan – Último longa-metragem anunciado na seleção oficial da mostra, este filme distópico mistura a história da China com ficção científica.
“Jeunes mères”, de Jean-Pierre e Luc Dardenne – Os irmãos belgas, que já venceram duas Palmas de Ouro (“Rosetta” em 1999 e “A Criança” em 2005), narram desta vez a história de cinco mulheres acolhidas em um centro onde recebem apoio como jovens mães.
“The Mastermind”, da americana Kelly Reichardt – A história do roubo de obras de arte com a guerra do Vietnã como pano de fundo e o movimento feminista.
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