Justiça solta delegado do AM e vereadora alvos da PF por sequestro e tortura de homem


Juíza manteve presos os policiais Álvaro Tiburcio Steinheuser, Edmilton Freire dos Santos, Jan Elber Dantas Ferreira e o empresário Lidivan dos Santos Reis. Empresário Matheus Possebon teve prisão revogada sob o argumento de estava no Rio Grande do Sul no dia do crime. Delegado da Polícia Civil do Amazonas, Adriano Félix Claudino da Silva, e a vereadora Adriana Souza dos Santos, de Caracaraí
Reprodução
A Justiça concedeu liberdade ao delegado da Polícia Civil do Amazonas, Adriano Félix Claudino da Silva, e à vereadora Adriana Souza dos Santos, em decisão nessa sexta-feira (23). Investigados pela Polícia Federal por suspeita sequestro e tortura de um homem em Roraima, eles tinham sido presos na Operação Jeremias 22:17.
Na mesma decisão, foi mantida a prisão dos policiais civis do Amazonas Álvaro Tiburcio Steinheuser e Edmilton Freire dos Santos, do policial militar de Roraima Jan Elber Dantas Ferreira e do empresário Lidivan dos Santos Reis. Todos foram alvos da mesma operação. A decisão é da juíza Noêmia Cardoso Leite de Sousa, da Vara Criminal de Caracaraí, no interior de Roraima.
A reportagem tenta localizar a defesa dos investigados que foram mantidos presos.
Empresário reverte mandado de prisão
Em outra decisão, o empresário do ramo artístico musical, Matheus Possebon, que também havia sido procurado pela PF, apresentou provas à Justiça de que não estava em Roraima no dia do sequestro e teve o mandado de prisão revogado – ele não chegou a ser preso na operação.
“Verifico que a defesa técnica do investigado apresentou documentos e vídeos, com autenticidade atestada por ata notarial, que indicam que, na data dos fatos (08/02/2023), o investigado estaria nas cidades de Xangri-Lá (RS) e Porto Alegre (RS), distante do local dos fatos, o que, em tese, contrapõe-se à narrativa constante nos autos, especialmente àquela prestada pela vítima”, cita trecho da decisão também assinada pela magistrada.
Em nota, a defesa de Possebon disse que a “revogação da prisão representa um passo importante na busca por Justiça e na garantia dos direitos de todos os envolvidos.” Possebon é investigado pela PF em outro inquérito que apura lavagem dinheiro de mineradora suspeita de atuar com garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
Medidas cautelares ao delegado e à vereadora
Ao revogar a prisão temporária do delegado do Amazonas e da vereadora de Caracaraí, que é escrivã da Polícia Civil de Roraima, a juíza suspendeu o exercício das funções públicas que atualmente ocupam — Adriano, como delegado de Polícia Civil do Amazonas, e Adriana, como escrivã.
Além disso, os dois terão de cumprir medidas cautelares como comparecimento periódico em juízo e proibição de manter contato, por qualquer meio, e de se aproximar das partes, testemunhas e demais envolvidos no processo.
*Reportagem em atualização
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