O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou novas regras e parâmetros para a realização de cirurgia bariátrica e metabólica em adultos e adolescentes no Brasil. As alterações, que entraram em vigor na última terça-feira (20), ampliam as indicações para o procedimento, abrangendo um maior número de pacientes.
De acordo com o cirurgião bariátrico Carlos Schiavon, presidente da ONG Obesidade Brasil, a principal mudança é a inclusão de pacientes com obesidade grau 1, que anteriormente não eram elegíveis para a cirurgia. Além disso, uma parcela de adolescentes entre 14 e 16 anos, com obesidade grave (IMC acima de 40) e doenças associadas, também poderá ser considerada para o procedimento.
Impacto nos tratamentos atuais
Questionado sobre o impacto dessas mudanças em relação aos novos protocolos de emagrecimento, como as canetas emagrecedoras, Schiavon esclareceu: “Os tratamentos novos com essas famosas canetas, sem dúvida alguma, são excelentes. Realmente, as novas drogas têm uma perda de energia muito boa, porém, você tem pacientes que usam esses remédios e não têm sucesso”.
O médico ressaltou que existe uma parcela de pacientes que não responde bem aos medicamentos ou sofre com efeitos colaterais, impossibilitando a continuidade do tratamento. Além disso, o alto custo das medicações limita o acesso para muitos pacientes.
Importância do acompanhamento multidisciplinar
Schiavon enfatizou a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar, especialmente para os adolescentes. “Sem dúvida, é uma população que tem que ser muito bem avaliada. Existem, claro, questões psíquicas que têm que ser acompanhadas, com certeza”, afirmou.
O cirurgião alertou sobre a importância de orientar adequadamente os pacientes, já que o tratamento é para o resto da vida, envolvendo controle nutricional e suplementação vitamínica. Ele também destacou o desafio de manter o acompanhamento a longo prazo, pois muitos pacientes tendem a abandonar o tratamento precocemente.
As novas diretrizes do CFM visam oferecer mais opções de tratamento para pacientes com obesidade, especialmente aqueles que não respondem bem aos tratamentos clínicos convencionais. No entanto, é fundamental que a decisão pela cirurgia bariátrica seja tomada após uma avaliação criteriosa e considerando as particularidades de cada paciente.
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