Filho de idoso morto após levar voadora receberá indenização por danos morais


Tiago Gomes de Souza está preso pela agressão que resultou na morte de Cesar Fine Torresi, em Santos, no litoral de São Paulo. Filho da vítima deverá ser indenizado por danos morais. Tiago Gomes de Souza chorou na reconstituição do crime que matou Cesar Fine Torresi, de 77 anos.
Matheus Croce/TV Tribuna e Reprodução/Facebook
O filho de Cesar Fine Torresi, o idoso que morreu aos 77 anos após levar uma voadora em Santos, no litoral de São Paulo, deverá ser indenizado por danos morais pelo agressor Tiago Gomes de Souza, atualmente preso. De acordo com a decisão da 2ª Vara Cível da cidade, obtida pelo g1 nesta terça-feira (27), o valor a ser pago é de 40 salários mínimos, o equivalente a R$ 60.720. Cabe recurso da decisão.
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O caso aconteceu na Rua Pirajá da Silva, no bairro Aparecida, no dia 8 de junho de 2024. Segundo o boletim de ocorrência, o neto de Cesar, de 11 anos, relatou que atravessava a via entre os carros com o avô porque o trânsito estava parado. Tiago freou bruscamente o carro e o idoso se apoiou no capô, momento em que o agressor saiu do veículo e golpeou a vítima.
Bruno Cesar Fine Torresi é um dos três filhos do idoso e pai do menino que estava com o avô no momento da agressão. Ele explicou ao g1 que a perda é irreparável, mas entrou com uma ação por danos morais contra o agressor porque busca justiça na esfera criminal e cível.
“Fico aliviado com o caminho que está tomando esse caso. Nada que aconteça vai trazer o meu pai de volta, mas espero que, com a repercussão, as pessoas tenham mais consciência das suas ações. Meu intuito sempre foi para que isso não se repita […], para que haja conscientização, porque um ato sem raciocínio, de raiva, acabou com nossa família”, comentou Bruno sobre a decisão na esfera cível.
Na ação criminal, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve, em segunda instância, a decisão da Vara do Júri e Execuções de Santos (SP) de que Tiago seja levado a júri popular. Também cabe recurso.
Indenização
Durante o processo cível, Tiago afirmou que foi provocado pelo idoso porque se assustou com ele atravessando a rua e batendo no capô do veículo. Ele alegou que a situação causou uma “profunda irritação” que foi determinante para descer do carro e praticar a agressão.
Tiago Gomes Souza, de 39 anos, que deu a ‘voadora’ em idoso, chorou na reconstituição do crime em Santos (SP)
Matheus Croce/TV Tribuna
A defesa do agressor solicitou a suspensão da ação cível até o julgamento do processo criminal, mas não teve o pedido acatado pela Justiça. Na decisão, a juíza Luciana Castello Chafick Miguel destacou os termos do artigo 935 do Código Civil.
“A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”, pontuou a juíza.
Luciana afirmou que o valor da indenização considerou a condição econômica das partes envolvidas, a gravidade da conduta, o grau de parentesco, assim como “a necessidade de evitar-se o enriquecimento sem causa”.
O g1 tentou contato com o advogado de Tiago, mas não o localizou até a última atualização desta reportagem.
O caso
Vídeo mostra prisão de homem que levou idoso à morte com ‘voadora’ no litoral de SP
De acordo com o BO, a criança relatou ao pai — filho da vítima — que ela e o avô atravessavam a Rua Pirajá da Silva entre os carros porque o trânsito estava parado.
De repente, segundo o menino, um carro avançou na direção deles, freou bruscamente e o idoso se apoiou no capô sem causar danos. No momento em que a vítima e o neto terminaram de atravessar, o motorista foi até eles a pé e deu a voadora, um chute no peito do homem.
A Polícia Militar foi acionada e, ao chegar no local, viu que o idoso era atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A vítima estava desacordada e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zona Leste, onde foi entubada, teve três paradas cardíacas e não resistiu.
O episódio gerou revolta e motivou discussões de pessoas que passavam pelo local. O suspeito correu para um estabelecimento comercial, mas foi localizado pela PM e preso.
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