Agência da ONU prevê anos cada vez mais quentes até 2029

O mundo seguirá enfrentando anos muito quentes até o fim da década, com risco elevado de bater novos recordes históricos de temperatura.

O alerta foi feito pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) no relatório State of the Global Climate 2024, divulgado nesta semana. O documento deve alimentar o debate entre líderes globais na Conferência do Clima da ONU, a COP30, marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).

Segundo a OMM, há 86% de chance de que ao menos um dos próximos cinco anos (2025 a 2029) seja o mais quente já registrado, superando 2024 — que já foi o ano mais quente da história.

Esse cenário coloca ainda mais pressão sobre os países que participarão da COP30. O evento, primeiro sediado na Amazônia, deve revisar o avanço das metas climáticas assumidas globalmente e discutir medidas de adaptação para populações vulneráveis. O relatório da OMM oferece um pano de fundo crítico: mesmo que as emissões parem de crescer, a atmosfera já concentra volumes recordes de gases de efeito estufa, o que garante a continuidade do aquecimento nos próximos anos.

Além disso, a agência da ONU projeta que a temperatura média global ficará, ano após ano, entre 1,2°C e 1,9°C acima dos níveis pré-industriais até o final da década. A continuidade desse padrão ameaça tornar temporário o próprio limite de 1,5°C — referência simbólica do Acordo de Paris — que pode ser rompido em breve, mesmo que em anos isolados.

Os efeitos desse aquecimento já são sentidos: geleiras derretem em ritmo recorde, os oceanos seguem batendo temperaturas máximas, e eventos extremos como secas e enchentes se tornam mais frequentes e intensos.

A COP30 será decisiva para definir como os países pretendem reagir a esse cenário. As decisões tomadas em Belém vão influenciar diretamente o futuro climático do planeta — e, segundo a OMM, o futuro está cada vez mais quente.

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