Em 26 de maio de 2015, há dez anos, o SEVENTEEN estreava no cenário do K-pop com o miniálbum “17 Carat” e o single “Adore U”. Para celebrar esse marco especial e o lançamento do novo álbum, “HAPPY BURSTDAY” na mesma data, os integrantes conversaram com a CNN sobre a jornada que os transformou em artistas globais.
“Depois de 10 anos, o SEVENTEEN se tornou, de verdade, uma segunda família para mim”, revelou DK à CNN. “E, como qualquer família, esse tempo juntos é algo muito precioso”.
Além de DK, o SEVENTEEN é formado por S.COUPS, JEONGHAN, JOSHUA, JUN, HOSHI, WONWOO, WOOZI, THE8, MINGYU, SEUNGKWAN, VERNON e DINO. O nome frequentemente gera curiosidade, já que o grupo conta com 13 integrantes.
A ideia inicial era, de fato, ter 17 membros – o nome existia antes mesmo da formação do grupo. Como uma estratégia promocional da empresa PLEDIS Entertainment, todo o processo de treinamento antes do debut foi divulgado publicamente, já atraindo fãs dos artistas.
No final, treze artistas foram escolhidos e, desde então, a explicação é: 13 membros + 3 sub-units (hip-hop, vocal e performance) + 1 grupo. Ou seja, 13 + 3 + 1 = 17. Para quem não é familiarizado com K-pop, as sub-units são formações menores que coexistem dentro do grupo. No caso do SEVENTEEN, são a hip-hop team, vocal team e performance team.
Ao longo dos anos, o SEVENTEEN conquistou um público cada vez maior com suas músicas autoproduzidas, performances elogiadas e hits como “Aju Nice”, “CLAP” e “Super”. Em 2024, o grupo foi o terceiro artista mais bem-sucedido globalmente, segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), logo após Taylor Swift (1º) e Drake (2º). Segundo a mesma fonte, seus álbuns “Spill The Feels” e “17 IS RIGHT HERE” alcançaram a 3ª e 4ª posições, respectivamente, no ranking global de vendas de álbuns físicos.
O nome do novo álbum, “HAPPY BURSTDAY”, lançado na segunda-feira (26), é uma fusão de “Happy birthday” com “Burst” (explosão), simbolizando a energia de renascimento e uma nova era para o SEVENTEEN.
“Esse álbum celebra nosso 10º aniversário, mas também quer marcar um novo começo”, declara JOSHUA à CNN.
Pela primeira vez na discografia do grupo, todos os 13 membros contam com faixas solo dentro do mesmo álbum. Além disso, o trabalho conta com colaborações internacionais de peso, como “Bad Influence”, escrita e produzida por Pharrell Williams, e “Damage”, uma parceria de HOSHI com Timbaland.
A participação ativa de JEONGHAN e WONWOO na criação do álbum antes de iniciarem o serviço militar torna este lançamento ainda mais significativo para o grupo e os fãs.
Confira a entrevista completa:
O nome do álbum, “HAPPY BURSTDAY”, soa divertido, mas também muito poderoso. É como uma mistura de celebração e explosão. O que essa nova era representa para vocês, tanto pessoalmente quanto como grupo?
JOSHUA: Esse álbum celebra nosso 10º aniversário, mas também quer marcar um novo começo. Cada integrante contribuiu com uma música solo, e colocamos nessas faixas nossas trajetórias e reflexões sobre esses 10 anos. Queremos compartilhar essas histórias com quem nos ouve. Pra mim, também é uma forma de agradecer aos CARATs por serem meu porto seguro e expressar, de coração, o desejo de que o SEVENTEEN continue junto por mais 10, 20 anos e muito mais.
Vocês definiram esse álbum como um “renascimento” do SEVENTEEN. O que vocês sentiram que precisava mudar ou evoluir depois de 10 anos?
SEUNGKWAN: Muita coisa muda em 10 anos e isso vale pra nós também. Sentimos essa necessidade de evoluir, de nos reinventar. Cada integrante trouxe suas experiências e aprendizados pro álbum, e queríamos que esse crescimento fosse percebido. A gente não queria ficar parado no tempo, então decidimos arriscar, criar, e mostrar que o SEVENTEEN continua se movendo para frente. Mas uma coisa nunca mudou: o laço que temos como grupo e o amor que sentimos pelos CARATs.
Pharrell Williams e Timbaland são lendas da música. Como foi trabalhar com eles? E como vocês garantiram que a identidade do SEVENTEEN estivesse presente na canção?
HOSHI: Quando soube que íamos colaborar com eles, fiquei muito surpreso e empolgado, parecia até surreal ter essa oportunidade. Dentre os muitos lados do SEVENTEEN, eu queria muito mostrar nosso senso de estilo nesse projeto. E, para isso, percebi que ser autêntico e fiel a quem somos seria a melhor forma de trazer nossa identidade à tona. Foi uma honra enorme trabalhar na minha faixa solo com o Timbaland. Durante o processo todo, era difícil acreditar que eu estava escrevendo e cantando em uma música produzida por ele. Fiquei muito orgulhoso do resultado e espero que as pessoas curtam tanto quanto eu curti fazer.
As músicas solo mostram bem o estilo de cada um, mas como fizeram para que, mesmo sendo diferentes, elas funcionassem dentro de um mesmo álbum? Como encontraram esse equilíbrio?
THE 8: Como são 13 faixas solo, cada uma com uma vibe diferente, a gente focou muito em criar equilíbrio na ordem da tracklist. Ao invés de organizá-las pela idade dos membros, que é algo que muitos esperariam do SEVENTEEN, quebramos essa tradição. Optamos por uma ordem que fizesse sentido no clima e no fluxo das músicas. Pensamos bastante em como seria a melhor experiência pra quem vai ouvir o álbum do começo ao fim.
O SEVENTEEN conversa de forma informal entre si, sem considerar a idade, o que não é algo comum na cultura coreana. E isso foi uma escolha desde o começo, certo? Para quem é de fora e talvez não entenda bem o peso disso, podem explicar o que isso representa pra vocês?
DINO: Na Coreia, existe uma cultura muito forte de usar linguagem formal, especialmente com quem é mais velho. Como trainees, viemos de diferentes lugares e faixas-etárias, e no começo isso fazia alguns membros se sentirem meio tímidos ou até intimidados. Por isso, decidimos quebrar essa barreira, criando um ambiente onde todo mundo pudesse falar de forma livre e confortável. Em um grupo tão grande, é essencial alinhar opiniões, e isso só acontece se as pessoas se sentem seguras para dizer o que realmente pensam. Foi assim que construímos uma dinâmica em que somos mais do que colegas, somos como irmãos e amigos.
Sabemos que vocês têm uma reunião mensal, em que cada integrante escolhe o tema e o local, como aquele encontro do Harry Potter que o DK organizou, onde todos foram fantasiados. Quando essa tradição começou e o quanto esses momentos são importantes pra vocês?
DK: Desde abril de 2023, começamos a fazer esses encontros regulares. Com a agenda ficando cada vez mais cheia, percebemos que estávamos tendo menos tempo juntos. Então decidimos, de propósito, reservar esse espaço para fazer o que quisermos, como comer, se divertir, conversar e simplesmente aproveitar a companhia uns dos outros. E, com o tempo, esses momentos ficaram ainda mais especiais. Depois de 10 anos, o SEVENTEEN virou, de verdade, uma segunda família pra mim. E, como qualquer família, esse tempo juntos é algo muito precioso.
S.COUPS, como líder do SEVENTEEN, qual é a primeira emoção que vem à sua mente ao celebrar os 10 anos do grupo? Olhando para trás, quais foram os momentos mais desafiadores e os mais gratificantes para você, como líder?
S.COUPS: A primeira coisa que me vem é gratidão, tanto pelos membros quanto pelos CARATs. Esses 10 anos tiveram altos e baixos e, se em algum momento eu falhei como líder, sou muito grato aos membros que, mesmo assim, escolheram ficar ao meu lado, ontem e hoje.
Acho que o SEVENTEEN não foi construído por uma liderança individual, mas pela união, pela confiança e pelo coração de todos nós. Houve momentos difíceis, outros inesquecíveis. Mas, no fim, cada um deles foi importante, porque passamos por tudo isso juntos, nós e os CARATs.
JOSHUA, o HOSHI te descreveu uma vez como um “maratonista”. O que te moldou para ter essa mentalidade de persistência e resiliência? E como isso se refletiu na sua trajetória com o SEVENTEEN?
JOSHUA: Acho que o que me fez continuar sem desistir foi ter um objetivo muito claro e, principalmente, contar com os membros que sempre me apoiaram e me deram força. Graças a isso, conseguimos seguir juntos como SEVENTEEN até aqui.
JUN, parabéns pelos seus projetos recentes! Os fãs ficam muito orgulhosos de te ver atuando novamente. Como você começou a atuar desde tão novo, acha que essa experiência com personagens e emoções te ajuda a se expressar melhor no palco como idol?
JUN: Seria mentira dizer que a atuação não me ajudou como performer. Claro que atuar e estar no palco são coisas bem diferentes, mas as duas me exigem sair de mim mesmo e assumir um outro personagem. Nesse sentido, uma coisa acaba ajudando a outra, sim.
HOSHI, como líder da Performance Team, você é visto como o centro da energia do palco do SEVENTEEN. Como você conduz e inspira o time para entregar apresentações tão poderosas? E o que esse papel significa para você, especialmente depois de mais de 10 anos crescendo juntos?
HOSHI: Meu pensamento sempre foi o mesmo: garantir que o SEVENTEEN suba no palco com orgulho, e que nem os CARATs nem o público se decepcionem com a gente. Temos muita confiança na nossa música e nas nossas performances, e é por isso que todo o processo criativo começa com os membros, juntos, trocando ideias e construindo tudo como um time. Mais do que sentir esse peso de ser líder da Performance Team, o que eu sinto mesmo é gratidão por estarmos trilhando esse caminho lado a lado. E nosso objetivo agora é continuar assim por muitos e muitos anos.
WOOZI, os membros sempre te chamam de “deus da música”. Você compõe desde os tempos de trainee e todos demonstram muita gratidão pelo seu trabalho. Como você faz para que todos participem na construção do conceito do álbum, para que ele realmente reflita os sentimentos do grupo?
WOOZI: Ser chamado de “deus da música” é até exagerado. Meu foco sempre foi conversar muito com os membros, para que essas histórias apareçam naturalmente nas nossas músicas. Seja compondo ou só batendo papo sobre o dia a dia, essas conversas ajudam a gente a entender melhor os pensamentos e os sentimentos uns dos outros. E acho que é justamente desses momentos que a música acaba nascendo.
@seventeen17_official SEVENTEEN (세븐틴) ‘THUNDER’ Official MV #SEVENTEEN #세븐틴 #HAPPY_BURSTDAY #SVT_THUNDER
♬ THUNDER – SEVENTEEN
DK, você é muito conhecido por ser uma pessoa calorosa e gentil. Até no Nana Tour, você reconheceu cinegrafistas com quem já tinha trabalhado antes. Parece que você realmente valoriza as pessoas e o trabalho delas. Isso é algo que você aprendeu nesses 10 anos na indústria? E o quanto é importante pra você manter esse jeito?
DK: Fico muito grato por me enxergarem dessa forma. Mas, na verdade, não é algo que eu faça de forma consciente, nem acho que seja um talento especial. Acontece que, ao longo desses 10 anos, conhecemos muitos profissionais e pessoas que nos apoiaram nos bastidores. Acho que esse sentimento de gratidão vem justamente de estar cercado de tanta gente que eu admiro. Não é algo que eu pensei em mostrar, mas, se as pessoas percebem isso, eu fico feliz e quero continuar levando essa gratidão comigo em tudo o que faço.
MINGYU, além de ser um performer incrível, você tem muito interesse e talento em produção de vídeos, como mostrou no clipe de Snap Shoot, que você dirigiu e produziu. Como esse hobby tem evoluído pra você? E de que forma você contribui hoje pros projetos visuais do SEVENTEEN?
MINGYU: Eu continuo muito interessado em produção de vídeo e projetos visuais, mesmo que ultimamente eu não tenha tido tanto tempo pra me dedicar a algo específico. Mas, sempre que preparamos um álbum ou uma performance, a gente discute juntos os conceitos e as direções visuais. E, através dessas conversas, acho que todos nós fomos desenvolvendo um olhar mais apurado pra contar histórias de forma visual.
Você comentou uma vez no Tea 8 que os fãs devem sempre se colocar em primeiro lugar — priorizar eles mesmos, a família, os amigos — e que vocês só querem ser uma fonte de alegria na vida deles. Essa é uma visão muito sábia e saudável. Teve algum momento específico que te levou a refletir tão profundamente sobre esse limite entre fã e artista?
THE 8: Eu sou muito grato, de verdade, só pelo fato dos fãs nos amarem. Como os CARATs têm um impacto tão positivo em mim, comecei a desejar que eles também compartilhassem essa energia com quem está ao redor deles. Mais do que tudo, eu quero que eles vivam momentos significativos com eles mesmos, com suas famílias e com seus amigos.
Os fãs te chamam de Professor Boo por conta do seu enorme conhecimento sobre K-pop e pela sua série “We Remember K-pop”. Nos últimos anos, uma nova geração inteira de fãs descobriu o K-pop. Como alguém que faz parte da geração que hoje lidera essa indústria, quão importante você acha que é para os fãs conhecerem quem veio antes? E, pessoalmente, o que você espera transmitir para as próximas gerações, agora que você é um dos artistas que estão moldando o presente e o futuro do K-pop?
SEUNGKWAN: O SEVENTEEN — e quem eu sou hoje — não existiria sem os artistas que abriram esse caminho. Assistir às performances deles enquanto eu crescia foi o que alimentou nossos sonhos desde o começo. O caminho que eles trilharam se tornou a base para que nós pudéssemos ir mais longe e sonhar mais alto. Por ter sentido isso na pele, a música deles permanece comigo como um tesouro eterno.
Se tem um valor que eu gostaria de passar para a próxima geração, é que se mantenham saudáveis e cuidem de si mesmos enquanto perseguem seus sonhos.
Você disse em uma entrevista que foi criado para ser uma pessoa consciente e de mente aberta, e que isso não veio de uma grande lição, mas de conversas no dia a dia. De que forma esses valores moldam a sua trajetória na indústria e até nas mensagens que você compartilha como artista?
VERNON: Conversar com pessoas diferentes me ensinou que sempre há algo para aprender, não importa com quem você esteja falando. Essas conversas nem sempre se traduzem diretamente nas mensagens que passo como artista, mas influenciam bastante meu caminho criativo. Através do diálogo, fui absorvendo novas ideias, perspectivas e emoções. Isso muitas vezes muda meu jeito de pensar e percebo que me ajuda muito no meu trabalho do dia a dia também.
Você é o integrante mais novo do SEVENTEEN, mas é muito maduro e muitas vezes assume papéis que vão além do que se espera do maknae*. Como você enxerga isso e em que momentos os outros membros te procuram pra pedir apoio ou conselhos?
DINO: Obrigado por me ver dessa forma. Se em algum momento eu pareço mais maduro do que as pessoas esperam de alguém que é o mais novo, talvez seja porque sou o irmão mais velho na minha família, acho que esse lado acaba aparecendo às vezes. Depois de dez anos juntos, sinto que meu papel de maknae* nunca ficou muito definido. A gente virou algo mais como amigos e família. A gente se escuta, troca conselhos e depende um do outro cada vez mais, conforme o tempo vai passando.
*Caçula em coreano
Recado aos fãs brasileiros
Os integrantes MINGYU, THE 8, SEUNGKWAN e VERNON gravaram uma mensagem especial aos CARATs [nome dos fãs] brasileiros. Confira: