O Senado aprovou na semana passada uma nova legislação ambiental. Contra a vontade da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Ocorre que, onde ela enxerga retrocesso na proteção ambiental, o Senado viu avanço. Pois moderniza e estabelece ordem no cipoal normativo que vastos setores da economia brasileira sentiam como prejudicial ao país.
Essa mesma matéria do licenciamento ambiental deve passar com facilidade pela Câmara dos Deputados, onde também prevalece a convicção de que a nova lei traz vantagens em gestão ambiental em relação ao que existe hoje.
Chamada pela Comissão de Infraestrutura do Senado para discutir essa pauta de enorme relevância para o desenvolvimento do país, a ministra acabou se retirando ao se sentir agredida e desrespeitada. E foi. Como figura institucional e como mulher — não se pode mesmo separar uma da outra.
Na algazarra que se seguiu, perdeu-se, obviamente, a essência do assunto. Ficou para lá tratar de responder se a negatividade com que Marina ataca o novo licenciamento ambiental faz jus aos fatos.
Se o próprio governo do qual ela faz parte tem uma estratégia clara sobre transição energética. Se respeita as ideias que a ministra professa ou apenas a mantém como figura de prestígio internacional diante da aproximação da COP 30.
Truculência verbal jamais substituirá um bom argumento. E é só com bons argumentos e irrestrito respeito que se pode avançar em qualquer causa. E é isso que se deve a Marina: bons argumentos e total respeito.