Nunes sobre diretores afastados: Aluno é condenado a não aprender?

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), questionou, nesta terça-feira (27), se os alunos da rede pública são condenados a não aprender, após o afastamento de 25 diretores de escolas municipais com desempenho ruim no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e no índice de Desenvolvimento da Educação Paulistana (Idep).

“O aluno que não cometeu nenhum crime, ele é condenado a não aprender? Por favor, gente. Aquele aluno tem o direito. Nós eleitos responsáveis por requalificar o diretor e ele poder ter direito a ter um futuro, não ficar ali condenado a não ter o seu futuro. É somente isso. São diretores bons”, disse Nunes durante audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília. 

Ele participava de uma reunião da comissão especial que analisa uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que estende prazos para prefeituras parcelarem dívidas com a Previdência.

Na ocasião, o prefeito acabou rebatendo uma fala da deputada federal Prof. Luciene Cavalcante (PSOL-SP). Ela afirmou que a medida está “caracterizada em abuso de poder” e “assédio moral”, e que isso seria um “ataque a educação”.

“Eu espero que o senhor recue dessa decisão”, direcionou Luciene ao prefeito. 

Diretores afastados

Os diretores afastados pela prefeitura foram convocados a fazer uma “requalificação intensiva”, de maio até dezembro. 

A administração municipal foi criticada por sindicatos ligados a professores e a educação. Na comissão, Nunes explicou a medida dizendo que estão “reciclando” os diretores e os reajustando em outras escolas. 

“Evidentemente o tema aqui é sobre a PEC 66, mas até em respeito aos que estão aqui, que nos assiste e a fala da deputada. A questão dos precatórios está todo mundo ciente do que estamos tratando aqui, mas a deputada citou a questão dos diretores”, disse Nunes.

“São diretores que, todos eles, estavam no mínimo 4 anos em uma escola, e são as 25 escolas com piores Idebs. Eu tenho escola em São Paulo com Idebs de 7, escolas com Idebs de 3,5. O salário é o mesmo, a merenda é a mesma, o uniforme é o mesmo, o transporte é o mesmo, a região se coincide”, finalizou.

*Sob supervisão de Douglas Porto

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