Diretor da PF será ouvido na Câmara nesta quarta sobre fraudes no INSS

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, é esperado nesta quarta-feira (28) em uma audiência pública na Câmara dos Deputados para debater a operação que revelou a fraude de descontos associativos na folha de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A audiência será realizada na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado a partir das 10h e atende a requerimento dos deputados Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Os deputados alegam que a audiência busca esclarecer se as investigações da PF estão sendo conduzidas com independência e imparcialidade, sem qualquer interferência do governo federal para atrapalhar o processo.

Na justificativa para o pedido, Silva afirma que a imprensa noticiou um encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representantes de sindicatos investigados na Operação Sem Desconto.

Para ele, a reunião “levanta sérias dúvidas sobre a possibilidade de interferência do Poder Executivo nas investigações em curso”.

Já Bilynskyi justificou o pedido com base em notícias divulgadas pela imprensa de que um dos investigados na operação teria sido escoltado por agentes da Polícia Federal no Aeroporto de Brasília, mesmo sem possuir prerrogativa legal ou ato formal que justificasse tal medida de segurança.

“O episódio levanta sérias dúvidas quanto à legalidade do uso da força policial para fins particulares, à eventual interferência política no funcionamento da Polícia Federal e à responsabilidade administrativa de seus superiores hierárquicos”, afirma.

Fraudes

A Polícia Federal, junto à Controladoria-Geral da União (CGU), foi a responsável por revelar o esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões.

As entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.

A operação teve início a partir da identificação do aumento expressivo dos descontos e do crescimento de denúncia de aposentados em relação a cobranças não autorizadas.

Em abril, todos os acordos de cooperação técnica das entidades associativas foram suspensos. O governo agora estuda formas de ressarcir os prejudicados.

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