Decisão do TCU sobre relógio de Lula não terá interferência na investigação sobre joias de Bolsonaro, diz diretor da PF


Ao blog, Andrei Augusto Passos Rodrigues afirmou que caso envolve mais crimes do que “questões meramente administrativas”, como no caso do atual presidente. Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF
Amanda Perobelli/Reuters
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, disse nesta quinta-feira (8) que não cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) “decidir sobre a incorporação de presentes recebidos por presidentes da República, enquanto não houver lei específica”.
Ao blog, Andrei disse que essa é uma competência do Sistema de Justiça Criminal.
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A declaração ocorre após a maioria do tribunal entender, em decisão nesta quarta-feira (7), que “não existe norma clara” na legislação que defina critérios para determinar quais são os presentes recebidos por presidentes da República que devem ser incorporados ao patrimônio público.
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Com isso, o argumento que prevaleceu foi o do ministro Jorge Oliveira, no julgamento referente a um relógio de luxo entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2005. Com a decisão, Lula não vai precisar devolver o item.
O diretor-geral da PF afirmou que não há relação dessa decisão com a investigação sobre as joias relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que não haverá “interferência no posicionamento” da corporação com STF e PGR sobre as joias ligadas a Bolsonaro.
“Para a Polícia Federal, a investigação em questão envolve diversas condutas, além do recebimento das joias, tais como a omissão de dados/informações, ocultação de movimentação de bens, advocacia administrativa dentre outras, indo além de questões meramente administrativas”, disse.
Presentes dados pela Arábia Saudita ao governo brasileiro colocaram ex-presidente na mira da Polícia Federal. Três kits de joias sauditas acabaram entregues à Caixa Econômica Federal, depois de determinação do próprio TCU.
Ao todo, Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciadas na investigação, entre elas ex-ministros, secretários e assessores do ex-presidente.
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