Massacre de Altamira: réu é julgado em Belém

Começou na manhã desta quinta-feira (5), no Fórum Criminal de Belém, bairro da Cidade Velha, o julgamento de Dhonlleno Nunes Amaral, um dos acusados de liderar o motim que resultou no massacre de 58 detentos no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará.

O crime aconteceu em 29 de julho de 2019 e foi o segundo massacre mais violento do sistema prisional brasileiro nas últimas décadas.

Dhonlleno é o segundo réu, de um total de 20 denunciados pelo Ministério Público do Pará, a ser julgado por envolvimento direto no planejamento e execução do massacre.

Segundo as investigações, ele teria atuado como um dos líderes da facção responsável por iniciar o conflito dentro da unidade prisional, que terminou com cenas brutais: 16 presos foram decapitados e outros 42 morreram asfixiados após celas serem incendiadas.

O júri está sendo presidido pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima e teve início às 8h da manhã. A expectativa é de que a sessão dure até dois dias, considerando o número de testemunhas convocadas — mais de 10 depoimentos estão previstos.

O réu, que aguardava o julgamento preso no Complexo Penitenciário de Americano, na região metropolitana de Belém, foi transferido para a capital sob forte esquema de segurança.

O massacre de Altamira chamou atenção nacional e internacional pela violência empregada e pela falência das estruturas de controle dentro do sistema penitenciário paraense.

À época, o governo do Estado informou que o motim teria sido motivado por uma disputa entre facções criminosas rivais pelo domínio da unidade prisional.

Desde então, a Justiça estadual vem realizando uma série de audiências e julgamentos para apurar as responsabilidades de todos os envolvidos.

O julgamento de Dhonlleno Nunes Amaral é considerado um dos mais importantes dessa série, já que ele é apontado como peça-chave na liderança do grupo que iniciou o motim. A conclusão do júri poderá influenciar os rumos dos demais processos relacionados ao caso.

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