Mega projeto de lei orçamentária que prejudicaria Musk foi estopim para rompimento público e troca de acusações. Trump e Musk: da lua de mel ao divórcio
A aliança entre Donald Trump e Elon Musk chegou ao fim de forma explosiva. Após uma coletiva de despedida marcada por elogios mornos e trocas de afeto político, os dois homens mais poderosos do mundo romperam publicamente e escalaram suas declarações em um barraco público repleto de troca de acusações.
O estopim foi um mega projeto de lei orçamentária defendido por Trump e aprovado pela Câmara dos Deputados.
Assim que saiu oficialmente do governo, no dia 30 de maio, Musk criticou o projeto, argumentando que ele vai aumentar o déficit do governo, ao invés de diminuir, como alegam os republicanos.
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Jornal Nacional/ Reprodução
A proposta cortava subsídios a veículos elétricos, medida que atingiu diretamente a Tesla, empresa de Musk. O bilionário, que até então mantinha discrição, passou a criticar ferozmente o pacote, chamando-o de “abominação repugnante”.
Um dos pontos do projeto pode atingir a Tesla, uma vez que retira incentivos fiscais para carros elétricos e pode impactar as receitas da fabricante.
Musk alegou não ter tido conhecimento prévio da lei e acusou o governo de aprová-la às pressas, sem tempo hábil para análise do Congresso.
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Em entrevista ao podcast O Assunto, Oliver Stuenkel, professor da FGV, explica como o confronto expôs tensões antigas.
Trump, por outro lado, disse que Musk sabia da proposta e só reagiu quando os cortes atingiram seus interesses. O presidente dos EUA ameaçou encerrar contratos governamentais com as empresas de Musk, como a SpaceX, ao que o bilionário respondeu anunciando que começaria a restringir o uso público de seus foguetes.
“É importante lembrar que os dois, em vários aspectos, tem visões de mundo muito distintas. Trump tem uma visão protecionista, que é elevar as tarifas, é crítico em relação à imigração, à globalização, que é elevar os gastos públicos. Em nenhum momento durante a campanha disse que vai reduzir os gastos públicos. Sempre foi evidente as propostas dele que ele ia elevar a dívida americana que já é bastante elevada”, relembra Stuenkel.
Musk, por outro lado quer reduzir o tamanho do governo, abrir a economia e defende atrair talentos de fora para que os Estados Unidos possa competir com outras economias como a China, “muito interessada na transição energética, nos carros elétricos em função da sua liderança na Tesla, enquanto Donald Trump muitas vezes diz duvidar das das mudanças climática.”
Ouça a entrevista completa no podcast O Assunto
