Ajuda do BNDES ao governo no fiscal não impacta empréstimos, diz diretora

A diretora de Infraestrutura do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciana Costa, afirmou em participação no Fórum Esfera 2025 nesta sexta-feira (6) que a ajuda da instituição ao fiscal do governo não vem impactando sua capacidade de emprestar dinheiro.

A fala da diretora acontece em meio à espera sobre o pacote fiscal do Ministério da Fazenda que compensará a alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O repasse de dividendos adicionais pelo Banco ao governo é uma das medidas debatidas para ajudar as contas públicas.

Luciana Costa sinalizou que o Índice de Basileia do BNDES deixa espaço para que o Banco continue contribuindo para o governo. Este indicador mede a solvência das instituições financeiras, ou seja, a sua capacidade de honrar os seus compromissos e absorver perdas

“A gente tem pagado consistentemente dividendos, pagamos R$ 35 bilhões. E a nossa Basileia é muito folgada ainda, a gente tem 28% de basileia. Eu não sei os números que estão sendo discutidos para o domingo [8]. Mas o BNDES tem contribuído com o Ministério da Fazenda, é muito alinhado com o Ministério, e vai continuar contribuindo”, disse.

“Domingo”, o próximo dia 8, é a data em que ocorrerá a reunião na qual o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, validará o pacote junto a lideranças parlamentares.

“Haddad [ministro da Fazenda] e Mercadante [presidente do BNDES] vão negociar o que precisa ser negociado. Ainda que o BNDES contribua com mais dividendos, o que vem sendo feito, o fato de termos contribuído com R$ 35 bilhões, R$ 40 bilhões não impactou a capacidade de emprestar do banco”, disse.

A ajuda do BNDES ao fiscal

Como mostrou a CNN, Fernando Haddad e Aloizio Mercadante, discutiram na quarta-feira (4) o pagamento de dividendos pela instituição ao governo.

Segundo fontes, Haddad e Mercadante acordaram a manutenção do repasse de 60% do lucro líquido do BNDES ao Tesouro Nacional. A Fazenda ficou de apresentar um cronograma para o pagamento de “dividendos adicionais” que o Banco destinará ao governo federal.

O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, já havia confirmado no final de maio que os dividendos a serem pagos ao governo pelo BNDES e pela Caixa Econômica Federal superaram a previsão do Orçamento. A estimativa é de que o pagamento adicional pelas instituições gire em torno de R$ 10 bilhões.

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