Dançarino de quadrilha junina, Emanuel é um dos cinco feridos durante a ação policial no final da madrugada. Um rapaz de 24 anos morreu na ocorrência, o office-boy Herus Guimarães, de 24 anos. Jovem baleado em festa junina relembra momento do tiroteio
O estudante Emanuel da Silva Félix, de 16 anos, um dos atingidos durante uma operação do Bope em uma festa junina na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, recebeu alta médica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, no começo da tarde deste sábado (7).
Emanuel é um dos cinco feridos durante a ação policial no final da madrugada. Um rapaz de 24 anos morreu na ocorrência, o office-boy Herus Guimarães, de 24 anos.
À TV Globo, Emanuel contou que viveu momentos de terror durante a entrada dos policiais do Bope na comunidade. Emanuel, que é dançarino de festa junina, é de São Gonçalo, Região Metropolitana do RJ, e estava na favela com um grupo de 60 pessoas para uma apresentação. Desde a década de 1980, moradores do Santo Amaro fazem a quadrilha na favela.
“Foi um constrangimento [tudo o que aconteceu]. O que aconteceu foi uma cena de filme ver os caras [a polícia] passando. Eu nunca imaginei passar por isso”, disse ele.
“[Quando começaram os tiros] Eu estava sentado e passaram os policiais do Bope. Eles disseram que não era para levantar e que era para eu ficar lá. Eu não ficaria sentado vendo a bala comendo. Quando eu fui descer para avisar o pessoal, um menino que é de lá disse que não era para eu ir por uma viela porque os policiais iriam passar por lá. Quando eu voltei, a bala começou a comer de verdade. Em seguida, eu só senti a bala nas minhas costas”, acrescentou.
Emanuel, que está com uma bala alojada nas costas, foi socorrido por populares até a parte baixa da comunidade e de lá levado por um PM, inicialmente para a UPA de Botafogo.
“Eu fiquei desesperado, porque nunca tinha passado por aquilo. Aí, eu fui socorrido por uma outra menina [do grupo], a gente encontrou o motoboy e fomos até um PM no pé do morro. Fomos para a UPA de Botafogo e depois viemos para cá”, disse.
Muito emocionada, Maria Aparecida da Silva Felix, mãe de Emanuel, contou que tem que agradecer a Deus pela vida do filho.
“Gratidão primeiro a Deus pelo livramento. Agradecer a vida do meu filho”, contou.
“Angustiante”, diz mulher de cozinheiro ferido
Leurimar Rodrigues de Souza, de 38 anos, que é cozinheiro, também foi baleado na festa e segue internado no Hospital Souza Aguiar, no Centro, assim como outras três pessoas. Leidiane Ferreira, que é sua mulher, contou que houve correria e uma confusão generalizada no momento do confronto.
“Estávamos eu, meu esposo e meu irmão. Além dos amigos dele. [Quando a PM entrou], Nós saímos correndo. Eu fui pra um lado, ele ficou no outro. E, quando eu vi, ele caiu no chão, já atingido. Para a gente que mora na comunidade, é muito angustiante acontecer isso. Os policiais chegar lá atirando, não saber de onde veio o tiro, eu não sei. Mas uma multidão de gente acontecer isso, entendeu? No momento, é só agradecer a Deus, né? Agradecer a Deus por ele estar vivo”, desabafou Leidiane.
Santo Amaro tem tiroteio em ação policial durante festa junina
Moradores protestaram em frente à 9ª DP (Catete) por causa da ocorrência. A PM afirmou que a ação teve como objetivo “checar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados reunidos na Comunidade do Santo Amaro” e que bandidos atiraram nos policias. A PM alega ainda que os agentes não revidaram (veja a nota na íntegra abaixo). Um processo investigativo foi instalado para apurar a ação.
“A Assessoria de Imprensa da SEPM informa que, neste sábado (7/6), equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) realizaram uma ação emergencial para checar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados reunidos na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul da Cidade do Rio, se preparando para uma possível investida de criminosos rivais visando uma disputa territorial na região.
No momento da ação, havia um evento na comunidade. De acordo com o comando do BOPE, criminosos atiraram contra os policiais nesta região, porém não houve revide por parte das equipes.
Em outro ponto da comunidade, os criminosos atacaram as equipes novamente, gerando confronto.
Após estabilizarem a região, os policiais socorreram um homem ferido ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.
Outras quatro pessoas feridas deram entrada na mesma unidade de saúde. Um homem também deu entrada no Hospital Glória D’Or, onde não resistiu aos ferimentos.
Vale ressaltar que as equipes utilizavam câmeras de uso corporal e as imagens já estão sendo captadas e analisadas pela Corregedoria da Corporação. O comando do BOPE também instaurou um procedimento apuratório para analisar as circunstâncias dos fatos. A ocorrência inicial foi registrada na 9ª DP.”.
Office-boy morre baleado em festa junina no Rio; tiros disparados durante ação policial deixam também 5 feridos
O estudante Emanuel da Silva Félix, de 16 anos, um dos atingidos durante uma operação do Bope em uma festa junina na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, recebeu alta médica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, no começo da tarde deste sábado (7).
Emanuel é um dos cinco feridos durante a ação policial no final da madrugada. Um rapaz de 24 anos morreu na ocorrência, o office-boy Herus Guimarães, de 24 anos.
À TV Globo, Emanuel contou que viveu momentos de terror durante a entrada dos policiais do Bope na comunidade. Emanuel, que é dançarino de festa junina, é de São Gonçalo, Região Metropolitana do RJ, e estava na favela com um grupo de 60 pessoas para uma apresentação. Desde a década de 1980, moradores do Santo Amaro fazem a quadrilha na favela.
“Foi um constrangimento [tudo o que aconteceu]. O que aconteceu foi uma cena de filme ver os caras [a polícia] passando. Eu nunca imaginei passar por isso”, disse ele.
“[Quando começaram os tiros] Eu estava sentado e passaram os policiais do Bope. Eles disseram que não era para levantar e que era para eu ficar lá. Eu não ficaria sentado vendo a bala comendo. Quando eu fui descer para avisar o pessoal, um menino que é de lá disse que não era para eu ir por uma viela porque os policiais iriam passar por lá. Quando eu voltei, a bala começou a comer de verdade. Em seguida, eu só senti a bala nas minhas costas”, acrescentou.
Emanuel, que está com uma bala alojada nas costas, foi socorrido por populares até a parte baixa da comunidade e de lá levado por um PM, inicialmente para a UPA de Botafogo.
“Eu fiquei desesperado, porque nunca tinha passado por aquilo. Aí, eu fui socorrido por uma outra menina [do grupo], a gente encontrou o motoboy e fomos até um PM no pé do morro. Fomos para a UPA de Botafogo e depois viemos para cá”, disse.
Muito emocionada, Maria Aparecida da Silva Felix, mãe de Emanuel, contou que tem que agradecer a Deus pela vida do filho.
“Gratidão primeiro a Deus pelo livramento. Agradecer a vida do meu filho”, contou.
“Angustiante”, diz mulher de cozinheiro ferido
Leurimar Rodrigues de Souza, de 38 anos, que é cozinheiro, também foi baleado na festa e segue internado no Hospital Souza Aguiar, no Centro, assim como outras três pessoas. Leidiane Ferreira, que é sua mulher, contou que houve correria e uma confusão generalizada no momento do confronto.
“Estávamos eu, meu esposo e meu irmão. Além dos amigos dele. [Quando a PM entrou], Nós saímos correndo. Eu fui pra um lado, ele ficou no outro. E, quando eu vi, ele caiu no chão, já atingido. Para a gente que mora na comunidade, é muito angustiante acontecer isso. Os policiais chegar lá atirando, não saber de onde veio o tiro, eu não sei. Mas uma multidão de gente acontecer isso, entendeu? No momento, é só agradecer a Deus, né? Agradecer a Deus por ele estar vivo”, desabafou Leidiane.
Santo Amaro tem tiroteio em ação policial durante festa junina
Moradores protestaram em frente à 9ª DP (Catete) por causa da ocorrência. A PM afirmou que a ação teve como objetivo “checar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados reunidos na Comunidade do Santo Amaro” e que bandidos atiraram nos policias. A PM alega ainda que os agentes não revidaram (veja a nota na íntegra abaixo). Um processo investigativo foi instalado para apurar a ação.
“A Assessoria de Imprensa da SEPM informa que, neste sábado (7/6), equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) realizaram uma ação emergencial para checar informações sobre a presença de diversos criminosos fortemente armados reunidos na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul da Cidade do Rio, se preparando para uma possível investida de criminosos rivais visando uma disputa territorial na região.
No momento da ação, havia um evento na comunidade. De acordo com o comando do BOPE, criminosos atiraram contra os policiais nesta região, porém não houve revide por parte das equipes.
Em outro ponto da comunidade, os criminosos atacaram as equipes novamente, gerando confronto.
Após estabilizarem a região, os policiais socorreram um homem ferido ao Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro.
Outras quatro pessoas feridas deram entrada na mesma unidade de saúde. Um homem também deu entrada no Hospital Glória D’Or, onde não resistiu aos ferimentos.
Vale ressaltar que as equipes utilizavam câmeras de uso corporal e as imagens já estão sendo captadas e analisadas pela Corregedoria da Corporação. O comando do BOPE também instaurou um procedimento apuratório para analisar as circunstâncias dos fatos. A ocorrência inicial foi registrada na 9ª DP.”.
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