A Secretaria de Relações Exteriores do México (SRE) expressou repúdio neste sábado (7) a algumas considerações do relatório preliminar da Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre as eleições judiciais realizadas em 1º de junho.
“Uma Missão de Observação Eleitoral não possui a autoridade para tentar impor seus próprios critérios sobre como os países, no uso de sua soberania, devem estruturar seu poder Judiciário. Muito menos para emitir juízos de valor que extrapolam suas atribuições”, afirma o comunicado divulgado pela SRE.
O relatório preliminar da OEA manifesta preocupação com a baixa participação da população nas eleições, que, segundo dados oficiais, alcançou apenas 13% do eleitorado. Além disso, o documento destaca que houve “um alto percentual” de votos nulos ou em branco.
“A Missão observou que este processo foi realizado em um prazo muito curto e em um contexto político complexo, marcado por forte polarização e elevado nível de litigiosidade. A eleição do último domingo é resultado da reforma constitucional aprovada em setembro de 2024, que instituiu o voto popular como mecanismo de escolha de juízes, magistrados e ministros em todo o território nacional. Não há precedentes no mundo de que a totalidade dos juízes de um país seja eleita por sufrágio universal”, enfatiza o relatório.
Após as primeiras eleições judiciais realizadas no México, o partido governista Morena deverá conquistar o controle da Suprema Corte. O resultado confere ao partido no poder uma presença dominante nas três esferas do governo, fato que gerou preocupação em organismos como a OEA.
A CNN entrou em contato com a Missão de Observação Eleitoral da OEA para obter comentários sobre a reação do governo mexicano ao relatório.
*Com informações da CNN en Español