
Nos dois primeiros meses do ano, 13 pessoas procuraram atendimento médico com sintomas relacionados aos efeitos dos produtos. Brigadeiro de biomassa de banana
Reprodução/TV Gazeta
Três meses após divulgar um alerta a turistas sobre os riscos de consumirem alimentos que são vendidos na cidade com nomes como “brisadeiros”, “brisamelos”, “brownies mágicos”, “brigaconha”, “doces mágicos”, São Tomé das Letras (MG) não registrou novos atendimentos médicos por conta dos efeitos desses doces que podem conter substâncias alucinógenas. .
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A campanha foi encabeçada pela Vigilância Sanitária após a rede de saúde da cidade realizar, pelo menos, 13 atendimentos por conta dos efeitos dos doces de pessoas que precisaram ficar em observação e relataram sintomas como alucinações, vômito e diarreia.
A atmosfera mística atrai visitantes a São Tomé. A cidade é conhecida por suas lendas, energia especial e por ser um destino para quem busca tranquilidade e conexão com a natureza. Os doces alucinógenos ou ‘brisadeiros’ são bastante conhecidos e fazem parte do folclore do lugar.
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O alerta da campanha da prefeitura buscou informar aos turistas que esses produtos podem conter substâncias ilícitas, como cannabis, além de medicamentos psicotrópicos e cogumelos alucinógenos.
“O propósito principal dessa campanha foi por conta do impacto na saúde. Eu sou nativa, cresci em São Tomé com os meus pais, vendo toda a história, a evolução e, de repente, tudo isso tomou uma proporção onde São Tomé ganhou uma visibilidade gigantesca por conta da venda desses produtos. Eu sou farmacêutica e isso era algo que me incomodava”, afirmou a coordenadora das Vigilâncias Sanitária e de Saúde Thayná Brito.
Em março, a Polícia Militar apreendeu quase 400 doces e fez a detenção de dez pessoas que, depois, foram liberadas. Os policiais também fizeram orientação na Pirâmide, famoso ponto turístico da cidade.
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Polícia Militar/Divulgação
Depois das ações da Vigilância e da PM, as vendas de produtos adulterados tiveram queda, diz a coordenadora.
“Foi algo muito positivo, porque o município todo começou a compartilhar [os avisos]: dona de pousada, dono de comércio. Então a gente viu que era algo que os letrenses estavam sentindo incômodo com isso”, disse Thayná.
Campanha de Orientação
Os alertas foram a maneira que a Vigilância Sanitária atuar na venda dos doces alucinógenos, já que por se tratar de um alimento artesanal, de livre comércio e, teoricamente, de baixo risco, não podem ser proibidos, nem recolhido pelos fiscais.
“A gente tem uma visão mais branda em relação a esse tipo de alimento, a gente precisa de uma ação em conjunto com a Polícia Militar para a gente ter certeza se é um produto ilegal ou não. Tem a lei de liberdade econômica que proíbe a gente de ter uma ação mais coercitiva, mas a gente tem uma grande atuação através de denúncias”, afirmou a fiscal sanitária Dayane Souza.
Prefeitura divulga alerta a turistas sobre sintomas após consumo de ‘brisamelos’ e ‘doces mágicos’ em MG
Divulgação / Prefeitura de São Tomé das Letras