Israel diz que orientou barco com ativistas que iam a Gaza a mudar percurso

A Marinha israelense está se comunicando com o navio de caridade Madleen, da Coalizão da Flotilha da Liberdade, com destino a Gaza, instruindo-o a mudar de curso ao se aproximar de uma área restrita, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.

O ministério se referiu ao navio como “iate de selfies” em uma publicação no X.

A Freedom Flotilla Coalition (FFC), movimento popular que luta contra a forças israelenses em Gaza, afirmou que um navio com voluntários que tentava chegar à Faixa de Gaza.

O iate Madleen, com bandeira britânica e operado pela pró-palestina FFC, partiu da Sicília em 6 de junho e esperava chegar a Gaza ainda no mesmo dia.

Entre os passageiros do barco estão a ativista climática sueca Greta Thunberg e Rima Hassan, deputada francesa no Parlamento Europeu.

O exército israelense não comentou imediatamente o caso.

Pouco antes do comunicado da FFC, o Ministério das Relações Exteriores de Israel publicou um vídeo na rede X mostrando a Marinha israelense se comunicando com o Madleen por alto-falante, pedindo que mudasse de rumo.

“A zona marítima ao largo da costa de Gaza está fechada para o tráfego naval como parte de um bloqueio naval legal”, disse um soldado. “Se vocês desejam entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, podem fazê-lo pelo porto (israelense) de Ashdod.”

O iate, com uma tripulação de 12 pessoas, transportava um carregamento simbólico de ajuda humanitária, incluindo arroz e fórmula infantil.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou no domingo que o exército impedisse o Madleen de chegar a Gaza, classificando a missão como um esforço de propaganda em apoio ao Hamas.

Israel impôs um bloqueio naval ao enclave costeiro após o Hamas assumir o controle de Gaza em 2007.

O bloqueio permanece em vigor apesar de diversos conflitos, incluindo a atual guerra, que começou após um ataque liderado pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 pessoas, segundo números israelenses.

O Ministério da Saúde de Gaza afirma que mais de 54.000 palestinos foram mortos desde o início da campanha militar israelense.

A ONU alertou que a maioria dos mais de 2 milhões de habitantes de Gaza enfrenta fome.

O governo israelense diz que o bloqueio é essencial para evitar que armas cheguem ao Hamas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.