Ministro da Previdência deve ser ouvido na Câmara nesta terça-feira (10)

Em meio ao escândalo que revelou fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, vai prestar esclarecimentos numa sessão conjunta de duas comissões da Câmara. O depoimento está marcado para esta terça-feira (10), a partir das 14h.

O objetivo principal é saber o cronograma de ressarcimentos dos descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas. O ministro também deve apresentar um panorama dos atendimentos realizados até agora.

“As investigações em andamento apontam para possíveis práticas abusivas por parte de instituições financeiras, incluindo a oferta de crédito sem consentimento expresso dos beneficiários, taxas de juros exorbitantes e falta de transparência nas condições contratuais”, diz trecho de um dos requerimentos.

Segundo o documento, tais práticas comprometem a segurança financeira dos aposentados e pensionistas, muitos dos quais dependem exclusivamente dos benefícios previdenciários para sua subsistência. “É imprescindível que o Ministro da Previdência Social esclareça as ações que estão sendo tomadas para coibir essas irregularidades e proteger os direitos dos beneficiários”, completa o texto.

Senado

No dia 15 de maio, o ministro esteve no Senado para prestar esclarecimentos. Durante toda a sessão, Wolney Queiroz, repetidamente disse que os desvios criminosos nos benefícios do INSS começaram em 2019 e mencionou a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro.

A investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) trouxe indícios de que a fraude começou no governo Bolsonaro, mas os descontos nos benefícios do INSS atingiram cifras bilionárias em 2023, já no primeiro ano do governo Lula.

Senadores cobraram do ministro Wolney Queiroz o fato de ele ter participado de reuniões em que o governo foi alertado sobre o aumento dos descontos não autorizados. A própria CGU tinha levantado a suspeita de irregularidades. O ministério levou um ano para tomar providências – e Wolney era o número dois da pasta, então comandada por Carlos Lupi.

O ministro alegou que o governo só descobriu o tamanho da fraude em abril. “O tamanho, a magnitude do que aconteceu só foi revelado depois da operação da AGU, agora em abril de 2025, da CGU, em 2025. Antes disso, o que todos nós sabíamos era o que tinha na imprensa, eventualmente ali alguma menção aos descontos, e havia uma investigação por parte da CGU, e essa investigação durou praticamente dois anos”, afirmou à época.

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