Após dois dias de conversas, representantes da China e dos Estados Unidos concordaram em parâmetros de um acordo comercial — que ainda será levado a Pequim e a Washington. O momento é de preocupação dentro do setor industrial americano, com o estrangulamento das cadeias produtivas por causa da limitação chinesa às exportações de minerais raros.
O impasse nas tratativas comerciais preocupa diversos setores da indústria americana. Os temores envolvem o possível desabastecimento de metais raros na produção de celulares, carros, caças e uma série de artigos eletrônicos.
Companhias do país têm cerca de dois meses de suplementos desses minerais em estoque — depois desse período, as empresas não terão matéria-prima para seguir com a produção, segundo o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
Para o setor automotivo, a situação é ainda mais crítica; algumas montadoras já pararam as linhas de produção.
A China tem um domínio significativo na indústria de terras raras, já que é um dos poucos países com maquinário para realizar a extração e o refino desses minerais. Em abril, o país impôs condicionantes mais duros para as exportações — o que freou as remessas para a maior parte do mundo, especialmente aos Estados Unidos.
Os metais raros suportam grandes temperaturas. Alguns deles são usados para sistemas de orientação de mísseis balísticos, fabricação de caças e lasers para artilharia. Além do uso pelo exército americano, eles também estão na composição das armas entregues para Ucrânia, Israel e Taiwan.
O uso militar desses minerais foi parte da justificativa da China para suspender as exportações. Como resposta, os Estados Unidos bloquearam as vendas de produtos relacionados à produção de energia nuclear, semicondutores e aviões.
Segundo o secretário de Comércio americano, Howard Lutnick, a estrutura de acordo comercial seria capaz de solucionar o entrave envolvendo os minerais raros.