O advogado criminalista Renato Stanziola Vieira analisou, durante participação no WW, o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontando que o ex-mandatário respondeu politicamente quando confrontado com questões jurídicas.
Segundo Vieira, Bolsonaro não negou os atos que lhe são imputados, mas tentou dar-lhes consequências políticas.
“Eu observei, na tarde de hoje, que houve muita manifestação do ex-presidente sobre as posturas dos ex-governantes, Brizola, mencionando Flávio Dino, todas as justificativas políticas para os atos que ele não negou ter feito”, afirmou o advogado.
Preocupação com o aspecto processual
O criminalista expressou preocupação com a condução do processo, alertando que “tudo que o Supremo faz serve de exemplo para todos os juízes no Brasil”. No entanto, Vieira ressaltou que o depoimento não deve alterar o curso do processo daqui para frente.
Quanto ao mérito da questão, o advogado identificou uma tentativa de minimizar a gravidade dos atos em julgamento. “Parece que houve dois mundos distantes ali, o mundo jurídico em que as perguntas eram feitas a partir do enquadramento legal e as respostas que tinham cunho político”, observou.
Apesar das preocupações levantadas, Vieira concluiu que o interrogatório foi um ato importante no processo, e que a consideração feita pelo ministro Alexandre de Moraes era “absolutamente natural, inclusive esperada”.
