Menopausa: entenda o que é e como o climatério mexe com a vida da mulher

A menopausa, ao contrário do que muitos imaginam, não é um período prolongado da vida da mulher. O termo se refere, na verdade, a uma data específica: o marco da última menstruação. E esse diagnóstico só pode ser confirmado retrospectivamente, após doze meses consecutivos sem menstruar. O que se estende por meses ou até mesmo anos antes e depois desse ponto é o climatério, fase de transição que envolve mudanças hormonais e pode provocar uma série de sintomas.

“Ela marca o fim da fase reprodutiva e é resultado do esgotamento natural dos folículos ovarianos. No Brasil, a média de idade para que isso ocorra é entre 48 e 51 anos, embora algumas mulheres possam entrar na menopausa mais cedo ou mais tarde”, explica Maira Campos, ginecologista endócrina e reposição hormonal.

O climatério costuma começar entre os 40 e 50 anos, mas não há uma idade exata para que isso ocorra. É durante esse período que os ovários reduzem gradualmente a produção de estrogênio e progesterona, hormônios que regulam o ciclo menstrual e outras funções do organismo.

Essa queda hormonal pode causar ondas de calor, alterações de humor, ressecamento vaginal, insônia e ganho de peso. A intensidade e a duração dos sintomas variam de mulher para mulher.

“Os sintomas ocorrem pela falta dos hormônios femininos principais que são estrogênio e a progesterona. Também a testosterona reduz significativamente a um hormônio que tem uma importância na mulher, embora seja o principal hormônio masculino. A falta, principalmente do estrogênio, é que leva à ocorrência de todos esses sintomas. E ele não acaba de uma hora para outra”, acrescenta o ginecologista Igor Padovesi.

Em alguns casos, a terapia de reposição hormonal pode ser indicada para aliviar os sintomas e prevenir a perda óssea, mas sua prescrição depende do histórico de saúde e de fatores de risco individuais.

“A reposição hormonal não é obrigatória, mas pode ser uma grande aliada. Ela costuma ser indicada quando os sintomas afetam significativamente a qualidade de vida da mulher, desde que não existam contraindicações. Mulheres com menos de 60 anos e até 10 anos da última menstruação, sem histórico de câncer de mama, trombose ou doenças cardiovasculares graves, geralmente se beneficiam bastante com a reposição, mas tudo precisa ser avaliado com cuidado, em uma consulta médica criteriosa”, acrescenta Campos.

Apesar dos benefícios, a reposição hormonal é contraindicada para mulheres que tiveram câncer de mama recente, que sofreram infarto, AVC ou que possuem doenças no fígado. Por isso é essencial que haja acompanhamento profissional.

Mudanças no estilo de vida também ajudam a lidar com os efeitos do climatério. Isso porque a prática regular de atividade física contribui para o controle do peso, melhora o humor e fortalece ossos e músculos.

A alimentação equilibrada, com ingestão de cálcio e vitamina D, é uma aliada na prevenção da osteoporose. Também é recomendável evitar álcool e cigarro, que podem agravar os sintomas e aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

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