
Associação criminosa envolvida no esquema tem sede na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. Segunda fase da Operação Taeguk, da PF, cumpre mandados de prisão e busca e apreensão na Baixada Santista
Vanessa Medeiros/TV Tribuna
A Polícia Federal (PF) deflagrou a segunda fase da Operação Taeguk nesta quarta-feira (11) para desarticular uma associação criminosa especializada no tráfico internacional de drogas que tem sede na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O foco do grupo criminoso é o transporte de cocaína a partir de portos brasileiros, principalmente o de Santos (SP). Ao menos dois homens já foram presos.
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A investigação da PF revelou detalhes da comunicação da quadrilha que se especializou no uso de mergulhadores para esconder drogas nos cascos dos navios. Em novembro de 2024, a primeira fase da operação prendeu cinco suspeitos (veja detalhes no fim da matéria).
De acordo com a corporação, a segunda fase da operação busca cumprir 12 ordens de prisão, além de 10 mandados de busca e apreensão distribuídos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. A maior parte dos alvos de busca e apreensão é composta por endereços na Baixada Santista: quatro em Guarujá, um em Bertioga, Praia Grande e São Vicente.
Conforme apurado pela TV Tribuna, afiliada da Globo, até o momento, dois homens foram presos e levados à delegacia da PF em Santos. Além disso, diversos malotes com documentos e dois veículos foram apreendidos na região.
Segunda fase da Operação Taeguk, da PF, cumpre mandados de busca e apreensão na Baixada Santista
Vanessa Medeiros/TV Tribuna
A ação busca responsabilizar os suspeitos envolvidos no transporte de 1.600 kg de cocaína, que foi apreendida em Cabo Verde, na África. A droga foi localizada dentro de uma embarcação que havia saído do litoral paulista.
As investigações apontaram que o objetivo do grupo era abastecer os mercados europeu e africano. Para isso, os criminosos usavam técnicas de ocultação da droga em navios, incluindo a utilização de compartimentos ocultos e a cooptação de tripulantes.
Medidas judiciais
De acordo com a Polícia Federal, além das medidas restritivas de liberdade e busca, o juízo competente determinou o bloqueio de bens e valores até o montante de R$ 310 milhões. O objetivo da polícia é a descapitalização da organização criminosa e a reparação dos danos decorrentes da atividade ilícita.
Os investigados poderão responder, cada um dentro de sua esfera de responsabilidade, pelos crimes previstos nas leis de Drogas e Organização Criminosa. Sendo assim, as penas poderão ultrapassar 35 anos de reclusão, com agravantes por conta da transnacionalidade.
O nome da operação faz alusão à bandeira da República da Coreia (Coreia do Sul), local onde foi realizada a primeira apreensão relacionada ao grupo criminoso, fato que deu origem às investigações que agora se desdobram em sua segunda fase.
O nome da operação faz alusão à bandeira da Coreia do Sul, local onde ocorreu a primeira apreensão ligada ao grupo criminoso.
Primeira fase
Em novembro do ano passado, a primeira fase da Operação Taeguk cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra a organização criminosa responsável pelo tráfico transnacional de drogas a partir de portos. Na ocasião, cinco pessoas foram presas entre Santos e Guarujá.
PF e PM realizam operação contra tráfico transnacional de drogas no litoral de SP
Ao todo, eram 10 mandados de prisão. Cinco deles foram cumpridos na Baixada Santista, embora a operação tenha avançado por outros estados, como: Rio de Janeiro, Pará e Maranhão. Em relação aos demais mandados de prisão, a corporação informou que dois suspeitos estão em cárcere por outros crimes e três seguem foragidos.
De acordo com a PF, a quadrilha foi responsável por inserir mais de uma tonelada de entorpecentes, entre cocaína e maconha, em grandes embarcações.
Investigação
Mergulhadores do tráfico colocam cocaína no casco de navios no Porto de Santos
As investigações revelaram que o esquema envolvia pessoas especialistas em mergulho submarino. Elas se aproveitavam do conhecimento na área para contaminar com droga a caixa mar submersa (sea chest) de navios enquanto as embarcações estavam nas áreas de fundeio dos portos brasileiros.
Após a inserção dos entorpecentes, a quadrilha contava com apoio de uma rede de mergulhadores ao redor do mundo que retirava a droga em outros países.
Além do tráfico com mergulho, a quadrilha também atua com outras formas de inserção de drogas nas embarcações, como a modalidade içamento. Nesse caso, há participação de tripulantes dos navios na colocação e ocultação dos entorpecentes.
Equipes da PF e da PM cumpriram mandados de busca e apreensão em Santos (SP)
Luiz Linna/TV Tribuna
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