
Na terça-feira, a moeda americana fechou em alta de 0,14%, a R$ 5,5699. A bolsa de valores teve ganhos de 0,54%, aos 136.436 pontos. Notas de dólar
Tatan Syuflana/ AP
O dólar inicia o pregão desta quarta-feira (11) com o mercado na expectativa pela divulgação de dados da inflação oficial dos Estados Unidos, além de monitorar as negociações comerciais do país com a China e o ambiente fiscal no Brasil.
▶️ O mercado internacional aguarda a divulgação de mais detalhes sobre o acordo entre Estados Unidos e China sobre tarifas de importação. Após dois dias de negociação em Londres, representantes dos dois países disseram que chegaram a um consenso para restaurar a trégua na guerra comercial, mas o entendimento ainda precisa ser aprovado pelos presidentes Donald Trump e Xi Jinping.
▶️ Apesar do avanço diplomático, o Banco Mundial reduziu de 2,7% para 2,3% a projeção de crescimento global em 2025. A instituição citou os impactos da guerra comercial entre EUA e China como um dos fatores que podem desacelerar o comércio internacional.
▶️ Hoje, os investidores estão atentos à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), a inflação oficial dos EUA, prevista para as 9h30. A expectativa é de alta de 0,2% em maio e de 2,5% na comparação anual.
▶️ No Brasil, o foco segue sendo o novo pacote do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para compensar a provável revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que abalou os mercados nas últimas semanas.
Após se reunir com o presidente Lula, Haddad confirmou nesta terça que o governo vai enviar ao Congresso as medidas apresentadas nos últimos dias. Entre as novidades do pacote está a proposta para unificar em 17,5% a cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre aplicações financeiras — hoje, essas cobranças vão de 22,5% a 15%.
Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,01%;
Acumulado do mês: -2,59%;
Acumulado do ano: -9,87%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado da semana: +0,25%
Acumulado do mês: -0,43%;
Acumulado do ano: +13,43%.
EUA x China
Representantes dos Estados Unidos e da China anunciaram na noite desta terça-feira (10) que chegaram a um princípio de acordo para restaurar a trégua na guerra comercial entre os países. As declarações vieram após dois dias de negociações em Londres, na Inglaterra.
Segundo o vice-ministro do Comércio da China, Li Chenggang, e o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o consenso ainda será apresentado aos presidentes Donald Trump e Xi Jinping, que deverão decidir ou não pela aprovação dos termos.
Washington e Pequim ainda tentam se entender após a trégua temporária sobre tarifas, firmada em 12 de maio, em Genebra, na Suíça, que reduziu as tensões comerciais.
Depois do acordo, os EUA passaram a acusar a China de não cumprir seus compromissos, especialmente no que diz respeito à exportação de terras raras.
A situação é acompanhada de perto por investidores preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos e interromper as cadeias de suprimentos nos meses cruciais que antecedem a temporada de compras de fim de ano.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global.
EUA e China avançam em acordo sobre tarifaço
Impasse do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente Lula nesta terça-feira e confirmou que vai enviar ao Congresso as medidas apresentadas nos últimos dias para tentar compensar a revogação do aumento do IOF.
No domingo (8), ele antecipou algumas das ações que pretende tomar para aumentar a arrecadação dos cofres públicos. Entre elas, estão:
o fim da isenção do Imposto de Renda para títulos de investimento como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), que vão passar a ter alíquota de 5%;
o aumento de 9% para 15% e 20% da tributação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras, o que inclui fintechs;
a alta da taxação das apostas esportivas de 12% para 18%;
a cobrança unificada de IR sobre aplicações financeiras, de 17,5% — atualmente, a taxa varia de 15% a 22,5%, a depender do prazo.
O governo também afirmou que pretende reduzir o gasto tributário em pelo menos 10% e discutir a redução de gastos primários.
Apesar disso, a proposta ainda foi mal recebida pelo mercado. Os analistas avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.
O anúncio do decreto sobre a alta do IOF foi divulgado há pouco mais de duas semanas pelo governo, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. O objetivo seria equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara e do Senado para negociar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Equipe econômica apresenta medidas pra compensar aumento do IOF
*Com informações da agência de notícias Reuters.