O músico Brian Wilson, líder da banda Beach Boys e força criativa por trás do som chamado como “surf” do grupo, morreu nesta quarta-feira (11), aos 82 anos.
Formada em Hawthorne, Califórnia, em 1961, a banda The Beach Boys é tida como uma das mais influentes na história do rock. Emplacou dezenas de canções nas paradas de sucesso, como as clássicas “Wouldn’t It Be Nice”, “Sloop John B”, e “God Only Knows”, e teve discos recordistas de venda.
Seus integrantes foram inicialmente formados por membros de uma mesma família, os irmãos Brian, Carl e Dennis Wilson e seu primo Mike Love, além de um amigo próximo, Al Jardine. Posteriormente, ainda recebeu Bruce Johnston, Rick Fataar, David Marks e Blondie Chaplin.
A revista Rolling Stone chegou a classificar o álbum de estúdio “Pet Sounds” em segundo lugar em sua lista dos “500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos” e os Beach Boys em si em 12º lugar em sua lista dos “100 Maiores Artistas de Todos os Tempos”.
Quem foi Brian Wilson
A vida de Wilson foi marcada tanto por lutas contra o abuso de substâncias e doenças mentais, quanto pelo talento notável e músicas atemporais que ainda ecoam pelo mundo, mesmo décadas após seu lançamento.
Apesar de uma infância marcada pelos abusos do pai, pela surdez parcial e pelos anos de vozes assombrosas em sua cabeça devido ao transtorno esquizoafetivo, Wilson recebeu o título de “rei reinante da melodia pop”.
“Provavelmente é por isso que escrevi essas canções alegres. Tento chegar o mais perto possível do paraíso”, disse ele, à revista The New York Times em 2004.
Em 1961, Wilson compôs sua primeira melodia original, “Surfer Girl”, de acordo com a biografia em seu site oficial. No mesmo ano, Wilson e seu primo Mike Love compuseram “Surfin”, gravando a música com os irmãos de Wilson, Dennis e Carl, e o amigo Al Jardine.
Logo, alcançaram grande sucesso. No final de dezembro de 1964, Wilson sofreu um colapso nervoso e parou de fazer turnês, tornando-se artista de estúdio em tempo integral por quase mais de uma década depois disso.
Wilson compôs, arranjou e produziu o lendário álbum “Pet Sounds” ao lado do compositor Tony Asher, com um único objetivo em mente: criar o “maior álbum de rock já feito”. O álbum foi lançado em 16 de maio de 1966.
Wilson continuou a entrar em crise, às vezes passando dias na cama. Por volta dos 25 anos , começou a ouvir vozes: vozes horríveis, que ele tentava desesperadamente ignorar, que às vezes ameaçavam machucá-lo. Era um sintoma de transtorno esquizoafetivo, disse Wilson. “A cada poucos minutos, as vozes me dizem algo depreciativo”, disse ele à revista Ability em 2006. O único antídoto para isso provou ser cantar, escrever e estar perto de sua família, disse Wilson.
Wilson e sua primeira esposa, a cantora Marilyn Rovell, se divorciaram em 1979, após cerca de 15 anos de casamento. Ele conheceu sua segunda esposa, Melinda Ledbetter, em uma concessionária de carros em 1986, quando ela lhe vendeu um Cadillac. Ele lançou seu primeiro álbum solo – “Brian Wilson” – em 1988.
Apesar de toda a tristeza e batalhas internas que assombraram sua vida, Wilson nunca se esqueceu das coisas que o faziam feliz: sua esposa, seus filhos e a música, acima de tudo.
“Eles são a luz da minha vida. Nada traz mais alegria à minha vida do que meus filhos”, disse Wilson à revista Ability em 2006. “Meus filhos e minha música são meus dois maiores amores.”
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*Com informações de Christina Maxouris, da CNN Internacional.