As ações da Boeing tombam cerca 7,5% no pré-mercado dos Estados Unidos após o acidente envolvendo o modelo Boeing 787–8 Dreamliner da Air India. A aeronave caiu com mais de 240 passageiros a bordo.
Segundo as autoridades, a aeronave caiu em um hotel de hospedagem de médicos, fora do aeroporto da cidade.
As 242 pessoas incluíam 217 adultos e 11 crianças, disse uma fonte à agência de notícias Reuters. Destes, 169 eram cidadãos indianos, 43 britânicos, sete portugueses e um canadense.
A Boeing busca recuperar a credibilidade após uma série de mudanças e investigações envolvendo a segurança das aeronaves.
Em julho do ano passado, a empresa nomeou um novo CEO, após relatar um prejuízo operacional — mais que o triplo do prejuízo do ano anterior — já que o aumento da fiscalização da segurança e da qualidade de seus aviões impediu que a empresa em dificuldades produzisse aeronaves suficientes para retornar à lucratividade.
A empresa admitiu que dois acidentes com o 737 Max, em outubro de 2018 e março de 2019, que mataram um total de 346 pessoas, foram resultado de uma falha de projeto. Os acidentes e o tempo necessário para consertar o projeto custaram à empresa mais de US$ 20 bilhões.
Recentemente, a Boeing concordou em se declarar culpada das acusações de que seus funcionários fraudaram a Administração Federal de Aviação (FAA) durante o processo de certificação original do 737 Max. Como parte da declaração de culpa, a Boeing concordou em operar sob a supervisão de um monitor nomeado pelo tribunal.
A empresa voltou a ser investigada após a explosão da tampa da porta de um avião 737 Max logo após a decolagem, em janeiro do ano passado.
Mais de uma dúzia de denunciantes relataram aos investigadores do Congresso sobre práticas inadequadas na Boeing, incluindo o uso de peças que não atendiam aos padrões.
A companhia passou ainda por greves de trabalhadores e recuo na produção das aeronaves.
A empresa ainda sofreu forte queda nas ações em abril depois que a China ordenou que suas companhias aéreas não recebessem mais entregas de jatos da Boeing, como retaliação pelas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump contra o país asiático.