
Delegado Leonardo Neves confirmou que há um suspeito do suposto crime, contudo, não revelou qual o parentesco da pessoa com as vítimas. Irmãs, de 13 e 27 anos, passaram mal após comerem um molho de cachorro-quente preparado em casa no último domingo (8), em Porto Acre. Jovem de 27 anos segue internada no PS em observação
Secom/AC
Envenenamento com veneno para rato. Esta é a principal linha de investigação da Polícia Civil no caso das irmãs, de 13 e 27 anos, que passaram mal após comerem um molho de cachorro-quente preparado em casa no último domingo (8) em Porto Acre, no interior do estado.
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O delegado responsável pelo caso, Leonardo Neves, confirmou que há um suspeito do suposto crime, contudo, não revelou qual o parentesco da pessoa com as vítimas.
“Sim, há essa suspeita, mas os exames têm que comprovar que foi isso que aconteceu. Estamos investigando, a mãe se mudou de casa para outro local, tirou as filhas do local. Todo tudo mundo que está próximo dos fatos será ouvido”, confirmou.
No domingo, as meninas deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro da Sobral, em Rio Branco, passando mal. Elas moram na Vila do V, região da cidade de Porto Acre. Na UPA, o médico suspeitou de envenenamento por chumbinho (raticida), aplicou um antídoto e as vítimas apresentaram melhora. (Entenda mais abaixo)
A equipe do hospital acionou a Polícia Militar (PM-AC) e a Vigilância em Saúde após a suspeita de envenenamento. As vítimas foram encaminhadas para o pronto-socorro para atendimento de urgência no mesmo dia.
Na segunda (9), a adolescente de 13 anos recebeu alta. A jovem de 27 segue em observação no hospital.
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Conforme o delegado, a mãe das vítimas registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e o caso foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Porto Acre, que responde pela região onde a situação foi registrada.
Depoimento da mãe
O g1 não conseguiu contato com a mãe das pacientes. No entanto, ela chegou a prestar depoimento na Deam, em Rio Branco, relatando os fatos. Ainda segundo Leonardo Neves, a mãe foi chamada na delegacia de Porto Acre para prestar um novo depoimento.
“Ela tem um suspeito e estamos trabalhando nessa linha para confirmar ou descartar. Contou como se deram os fatos, os atendimentos, que levou para Rio Branco e uma das meninas já recebeu alta”, disse.
O delegado disse que não pode repassar maiores detalhes para não atrapalhar as investigações. Contudo, confirmou que a mulher se mudou da casa onde vivia com o marido e as filhas.
“As investigações estão em andamento para chegar até o autor dos fatos. Ainda é cedo para apontar suspeitos porque a situação está muito recente, mas temos um suspeito e estamos investigando”, resumiu.
A polícia espera a jovem de 27 anos receber alta para marcar o depoimento dela. O delegado confirmou também que foi solicitado o prontuário médico das pacientes atendidas na UPA e requisitados exames periciais, contudo, não detalhou se foi possível coletar o molho de cachorro-quente para análise.
“Todo material que foi possível fazer algum tipo de perícia foi feito. Não quero adiantar detalhes para não atrapalhar, todo material que foi possível coletar e todas as perícias necessárias foram requisitas”, concluiu.
Médico chamou a PM
O médico que atendeu as irmãs, Auérico Pessoa, suspeitou de envenenamento por chumbinho (raticida), aplicou um antídoto e as vítimas apresentaram melhora.
“De acordo com os sinais e sintomas que apareceram nelas, estavam com a história de passar mal após comer um molho de cachorro-quente. Por isso que se fala em intoxicação alimentar, mas com os sintomas que elas apresentaram, eu pensei em envenenamento por organofosforado, que é a classe que abrange o veneno de rato, chumbinho”, complementou.
A mãe das vítimas explicou à Polícia Militar que toda a família havia consumido o molho durante a noite anterior e guardado o restante na geladeira.
Na manhã seguinte, as filhas relataram que a comida estava diferente e com pontinhos pretos, mas mesmo assim comeram o restante e em seguida passaram mal.
“A Saúde prestou toda a assistência, encaminhou para o pronto socorro devido à gravidade do caso, onde elas seguem em acompanhamento”, disse a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).
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