Trump faz aniversário neste sábado (14); milhões de pessoas devem protestar

Milhões de pessoas devem protestar nos Estados Unidos neste sábado (14), dia do aniversário de 79 anos de Donald Trump, no que os organizadores preveem ser a mais forte demonstração de oposição ao governo do republicano desde que ele assumiu o cargo em janeiro.

Mais de 2 mil protestos em todos os 50 estados estão planejados por meio do movimento No Kings, que, segundo os organizadores, busca rejeitar “o autoritarismo, a política de bilionários em primeiro lugar e a militarização da nossa democracia”.

A mobilização é uma resposta direta ao desfile militar de Trump em comemoração ao 250º aniversário do Exército dos EUA — que coincide com o aniversário do presidente –, que também será realizado neste sábado.

As manifestações deste sábado não serão a primeira rejeição nacional às políticas de Trump — tendo em vista os protestos chamados “Hand Off!” (Tire as mãos!, em tradução livre) e “50501”, que já aconteceram neste ano –, mas os organizadores esperam que seja a maior.

“Mesmo estimativas conservadoras dizem que 3,5 milhões de pessoas compareceram à mobilização “Hands off” em abril. Isso já representa 1% da população dos EUA”, disse Ezra Levin, codiretor executivo da Indivisible, a organização que apoia o movimento No Kings, à CNN em um comunicado.

“O No Kings está a caminho de superar esse número em milhões. Isso é histórico”, adicionou

Protestos em todos os estados dos EUA

Os protestos “No Kings” acontecerão em todos os 50 estados dos EUA – sendo que alguns têm dezenas de eventos planejados. Na Califórnia, por exemplo, mais de 200 protestos são esperados.

De toda a forma, organizadores planejam manter as manifestações fora de Washington, D.C., na esperança de desviar a atenção do desfile militar.

Autoridades estimam que o desfile deste sábado, que exibirá 3,2 milhões de quilos de máquinas e armamento pela capital do país no aniversário do presidente, possa custar até US$ 45 milhões.

Na Filadélfia, há a expectativa de 60 a 80 mil manifestantes, informou a KYW, afiliada da CNN.

O Departamento de Polícia da Filadélfia afirmou estar pronto para receber multidões no LOVE Park, na Benjamin Franklin Parkway e na Arch Street.

Na cidade de Nova York, as autoridades também destacaram que estão preparadas para grandes manifestações.

“A cidade de Nova York também é a maior democracia do mundo e parte da nossa grande democracia é a capacidade de protestar pacificamente”, ressaltou o prefeito Eric Adams em uma entrevista coletiva na sexta-feira (13).

“Esperamos que um grande número de nova-iorquinos esteja em nossas ruas, e os 34 mil integrantes do Departamento de Polícia da Cidade de Nova York, liderados por nossa equipe, protegerão a todos”, destacou.

“Queremos manter todos os nova-iorquinos seguros, seja protestando ou vivendo suas vidas cotidianas”, adicionou.

Os organizadores também esperam um comparecimento especialmente grande em Phoenix, Houston, Atlanta, Charlotte e Chicago, de acordo com o site do No Kings.

Outros grupos estão planejando protestos nos EUA, o que significa que a participação contra o governo Trump pode ser ainda maior do que o projetado.

Organizadores enfatizam segurança e não violência

Na noite de quarta-feira, os organizadores do No Kings conversaram com mais de 4 mil pessoas em uma chamada pelo Zoom – muitas delas anfitriões locais dos protestos de sábado – preparando-as para o fim de semana.

“Se você aparecer no local e se sentir completamente sobrecarregado pelos números, antes de tudo, parabéns”, comentou organizador.

Os líderes deram conselhos aos anfitriões e aos que serviram como “fiscais”, pessoas designadas para ajudar a lidar com as questões de segurança e manter a paz no sábado.

Os participantes enfatizaram a segurança e a não violência. Entre as dicas para o sábado: acalmar a tensão, ter empatia, ouvir e nunca tocar em um policial.

Autoridades se preparam para protestos

Nos últimos dias, todos os olhares se voltaram para Los Angeles, onde Trump mobilizou a Guarda Nacional e os Fuzileiros Navais, em resposta aos protestos massivos contra as ações de agência de imigração.

Desde então, manifestantes têm protestado contra operações e deportações “controversas” em cidades por todo o país, incluindo Nova York, Seattle, Chicago, Austin, Las Vegas e Washington, DC.

O Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, sugeriu que a ordem usada para federalizar a Guarda Nacional em Los Angeles poderia abrir caminho para uma resposta semelhante a protestos em outros estados.

Além disso, o governador do Texas, Greg Abbott, mobilizou a Guarda Nacional do estado nesta semana, antes dos protestos que já estão planejados, incluindo um evento “No Kings” em San Antonio neste sábado (14).

No Missouri, o governador Mike Kehoe ativou a Guarda Nacional na quinta-feira (12) “como medida de precaução em reação aos recentes casos de agitação civil em todo o país”.

“Respeitamos e defenderemos o direito de protestar pacificamente, mas não toleraremos violência ou ilegalidade em nosso estado”, alertou o governador republicano em um comunicado.

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