Mesmo em meio a avanços tecnológicos e aprimoramento das ferramentas, as empresas estão se vendo afetadas por criminosos. Segundo pesquisa da Grant Thornton com exclusividade à CNN, 63% dos negócios afirmaram terem sofrido um ou mais casos de fraudes nos últimos 12 meses até agosto do ano passado.
De acordo com 94% dos negócios, o que levou o fraudador a cometer a investida foi a existência de uma oportunidade, ou seja, a pessoa encontrou lacunas no sistema para cometer as fraudes e isso a motivou.
Outros 6% informaram uma pressão situacional e reorganização empresarial como motivações.
Os criminosos miram, principalmente, no ganho financeiro, indicado por 73% das empresas que sofreram com fraudes, seguido de metas corporativas e influência organizacional.
A pesquisa ainda revela que 30% das organizações ainda não utilizam nenhum tipo de tecnologia para prevenir ou monitorar fraudes, enquanto 38% possui um sistema de tecnologia para captação e gestão das denúncias.
Já quando se trata de um monitoramento contínuo, o número diminui para 15% dos negócios. Assim, são as denúncias a principal origem de conhecimento das fraudes nas empresas.
O estudo mostra que 67% das empresas mantiveram ou reduziram os investimentos em ações de combate à fraude e corrupção.
Alessandro Gratão Marques, líder de Serviços Forenses na Grant Thornton Brasil, explica que “quando a empresa deixa de investir em mecanismos de integridade, como desenvolvimento de uma cultura ética, controles eficazes, matriz de consequência e responsabilização, essas vulnerabilidades vão aparecendo e se materializam em deficiências, como as fraudes”.
Dessa forma, segundo os dados, 59% das fraudes foram identificadas por meio de denúncias anônimas e 37% por denúncias nominais, com o denunciante se identificando. Outras formas de detecção foram auditorias internas (38%) e controles internos (30%).
Entre os sinais de alerta observados na pesquisa, 28% dos fraudadores apresentavam um estilo de vida incompatível com o padrão do cargo, e 27% deles tinham um relacionamento atípico com fornecedores ou clientes.
“Não é que o fraudador está fazendo um pé de meia para sua aposentadoria. Ele eleva seu padrão de vida com custos atípicos: viagens, relógios, bolsas, carros. Quando a fraude é descoberta, os valores já foram gastos. Isso explica a baixa taxa de recuperação”, pontua Marques.
As perdas estimadas com esses ataques são, em sua maioria, superiores a R$ 500 mil — representando 46% dos negócios. Já 14% afirmou que o impacto foi de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões, enquanto 11% indicou perdas de mais de R$ 10 milhões.
Em 93% dos casos, as empresas conseguiram recuperar menos de 20% dos valores desviados.
O estudo também evidencia que 67% das empresas reduziram ou mantiveram inalterado o investimento nessa área, em um contexto de digitalização acelerada e pressão por maior transparência e governança.
O especialista da Grant Thornton Brasil reforçou que a tecnologia pode ajudar na identificação dos criminosos e que mecanismos de inteligência artificial têm se mostrado extremamente eficazes na identificação de anomalias.
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