Ilan Ejzykowicz, guia turístico brasileiro residente em Tel Aviv, relatou à CNN Brasil a situação na cidade após os ataques do Irã contra Israel na madrugada deste sábado (14). Ejzykowicz descreveu momentos de tensão vividos pelos moradores durante o bombardeio.
Segundo o guia, a última sirene de alerta soou às 5h da manhã no horário local. “Mesmo dentro do bunker, do subsolo do prédio, a gente conseguia ouvir o barulho da explosão, sentia um pouco o prédio tremer”, relatou.
Ejzykowicz explicou que seu prédio, por ser mais antigo, possui um bunker compartilhado entre todos os moradores no subsolo. “É uma estrutura mais reforçada, com concreto, algo mais estruturado para proteção, tem inclusive rotas de saída para caso o prédio colapse, portas corta-fogo”, detalhou.
Impacto no turismo
Questionado sobre o impacto dos recentes conflitos no turismo de Israel, Ejzykowicz afirmou que houve uma queda significativa após os ataques de 7 de outubro. No entanto, ressaltou que brasileiros e indonésios continuam visitando o país mesmo durante o período de tensão.
“O brasileiro, em maneira geral, ele tem uma paixão, uma admiração muito grande por Israel”, disse o guia. Ele acrescentou que muitos turistas chegam por vias terrestres, entrando pelo Egito ou pela Jordânia, devido ao cancelamento de voos.
Ejzykowicz também comentou sobre a percepção de segurança no país: “Há uma visão muito detorpada do quanto é a guerra aqui em Israel. A gente tem orientações muito claras, enquanto se está fazendo turismo também, a gente passa para os nossos turistas como proceder”.
Sistema de alerta e rotina durante ataques
O guia explicou que Israel possui um eficiente sistema de alerta para ataques aéreos. “Dez minutos antes do foguete chegar aqui em Israel, a gente recebe uma notificação do telefone celular”, disse, comparando o sistema ao utilizado recentemente no Rio de Janeiro.
Sobre a rotina durante os ataques, Ejzykowicz descreveu um cenário quase surreal: “Quando toca a sirene, todo o prédio vai para o bunker, é um momento de confraternização, é um momento que as pessoas brincam entre si, contam piadas, alguns têm internet, outros não têm, então ficam acompanhando, compartilhando, descem com comidas, com violão”.
Apesar da tensão, o guia afirmou que os moradores tentam manter a calma e a normalidade possível. “A gente tenta levar mais tranquilo possível. Claro que há sempre uma tensão, todo mundo sabe do risco que é, mas ao mesmo tempo a gente sabe que está protegido”, concluiu.