A Rússia continua pronta para atuar como mediadora no conflito entre Israel e Irã, e a proposta anterior de Moscou de armazenar urânio iraniano na Rússia continua em discussão, afirmou o Kremlin nesta segunda-feira (16).
Teerã afirma ter direito à energia nuclear pacífica, mas seu programa de enriquecimento de urânio, em rápido avanço, tem despertado temores no Ocidente e em todo o Golfo de que o país queira desenvolver uma arma nuclear.
Antes de Israel lançar ataques contra a República Islâmica, a Rússia afirmou na semana passada que estava pronta para remover urânio altamente enriquecido do Irã e convertê-lo em combustível para reatores civis, como uma possível forma de acalmar a crise.
“Esta proposta continua em discussão, continua relevante. Mas, é claro, com o início das hostilidades, a situação se tornou seriamente complicada”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O presidente dos EUA, Donald Trump, expressou otimismo no domingo (15) de que a paz chegaria em breve e citou a possibilidade de o presidente russo, Vladimir Putin, poder ajudar.
A Rússia, disse Peskov, permanece pronta para mediar, se necessário, mas observou que as causas profundas do conflito precisam ser abordadas e eliminadas – e que os ataques militares estão agravando toda a crise a níveis extremamente graves.
“A Rússia continua pronta para fazer tudo o que for necessário para eliminar as causas profundas desta crise”, disse Peskov. “Mas a situação está se agravando mais do que seriamente e, claro, isso não está afetando a situação para melhor.”
Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, à Fox News no domingo, de que a mudança de regime no Irã poderia ser resultado dos ataques militares israelenses, Peskov disse que o Kremlin tinha conhecimento das declarações.
“Vocês sabem que condenamos as ações que levaram a uma escalada de tensão tão perigosa na região”, disse Peskov. “E, em segundo lugar, também notamos uma consolidação significativa da sociedade no Irã em meio aos bombardeios que estão sendo realizados atualmente pelo lado israelense.”