Cheia dos rios avança no Amazonas e já atinge mais de 400 mil pessoas


Afetados enfrentam dificuldades de locomoção, perdas na produção rural e inundações em suas casas. Consolidado também indica que 36 dos 62 municípios do Amazonas estão em situação de emergência devido ao fenômeno. Cheia do Rio Amazonas em Itacoatiara em 2025
Liam Cavalcante/Rede Amazônica
A cheia dos rios do Amazonas avança e já atinge mais de 425 mil pessoas, segundo o boletim mais recente da Defesa Civil do Estado, divulgado neste domingo (15). Os afetados enfrentam dificuldades de locomoção, perdas na produção rural e inundações em suas casas.
➡️ O consolidado também indica que 36 dos 62 municípios do Amazonas estão em situação de emergência devido ao fenômeno.
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Historicamente, o período de cheia no Amazonas inicia na segunda quinzena de outubro, marcando o fim da seca — que, em 2024, registrou níveis recordes de estiagem em várias regiões do estado.
Em Manaus, o Rio Negro está na cota de 28,86 metros conforme a medição mais recente do Porto de Manaus, divulgada no domingo. O nível se manteve estável desde sábado (14) e está a 14 cm da cota de inundação severa.
A expectativa é que o cenário de cheia continue pelos próximos dias, mas não por muito tempo. Conforme previsão do 3º Alerta de Cheias da Bacia do Amazonas de 2025, divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) em 30 de maio, a expectativa é de que o ápice da cheia ocorra até o fim desta semana.
Confira os municípios em situação de emergência pela cheia no Amazonas:
Guajará – Rio Juruá;
Ipixuna – Rio Juruá;
Itamarati – Rio Juruá;
Eirunepé – Rio Juruá;
Juruá – Rio Juruá;
Carauari – Rio Juruá;
Boca do Acre – Rio Purus;
Borba – Rio Madeira;
Nova Olinda do Norte – Rio Madeira;
Apuí – Rio Madeira;
Humaitá – Rio Madeira;
Manicoré – Rio Madeira;
Novo Aripuanã – Rio Madeira;
Atalaia do Norte – Rio Solimões;
Benjamin Constant – Rio Solimões;
Santo Antônio do Içá – Rio Solimões;
Tonantins – Rio Solimões;
Amaturá – Rio Solimões;
Fonte Boa – Rio Solimões;
Maraã – Rio Solimões;
São Paulo de Olivença – Rio Solimões;
Japurá – Rio Solimões;
Tefé – Rio Solimões;
Coari – Rio Solimões;
Jutaí – Rio Solimões;
Careiro da Várzea – Rio Solimões;
Caapiranga – Rio Solimões;
Manaquiri – Rio Solimões;
Anamã – Rio Solimões;
Careiro – Rio Solimões;
Anori – Rio Solimões;
Caapiranga – Rio Solimões;
Itacoatiara – Rio Negro;
Itapiranga – Rio Negro;
Boa Vista dos Ramos – Rio Negro;
Santa Isabel do Rio Negro – Rio Negro.
Além dos municípios em emergência:
22 estão em estado de alerta;
Lábrea em estado de atenção;
e três em normalidade.
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Reinvindicação
Moradores pedem ponte em área alagada pela cheia em beco no bairro Educandos
Com a elevação do nível da água do igarapé que corta o bairro Educandos, na Zona Sul de Manaus, moradores cobram a construção de pontes de madeira para garantir o acesso às casas, especialmente nas áreas mais afetadas pelos alagamentos.
Apesar da urgência, apenas uma parte dos becos alagados recebeu a instalação de pontes provisórias. Em outras áreas, os moradores seguem enfrentando grandes dificuldades para se locomover.
Além dos transtornos com a mobilidade, há o risco iminente de doenças, já que o contato com a água contaminada e o acúmulo de lixo aumentam a exposição a agentes infecciosos.
“Isso preocupa a gente que a gente quase não consegue dormir pensando como a gente vai reagir”, relatou a dona de casa Nanci Batista. “É cobra, rato, tudo o que não presta tem aqui e não aparece ninguém”, relatou moradora Marilene Barbosa.
Produção rural afetada
Uarini decreta situação de emergência devido a cheia do Rio Solimões
O município de Uarini é um dos que estão em situação de emergência por causa da cheia do Rio Solimões. Ao todo, 113 comunidades rurais e quatro bairros na sede da cidade foram afetados pela enchente deste ano.
De acordo com a Defesa Civil do município, a subida das águas já atinge as áreas de várzea, onde vivem mais de 2.200 famílias. Segundo a última atualização do órgão, o Rio Solimões estava com 19, 79 metros.
Os agricultores da região já registram perdas significativas nos plantios de banana e macaxeira, culturas de base para a alimentação e economia local. A situação também impacta a pecuária já que as criações de gado de alguns produtores estão sem terra firme para o pasto e os animais permanecem dentro d’água para se alimentar.
“A primeira ação que será destinada nesse momento será a distribuição de cestas básicas e a construção de pontes. São quatro bairros afetados, com mais de 400 metros de pontes para facilitar a locomoção nessas áreas”, afirmou o coordenador da Defesa Civil de Uarini, Wellington Amorim.
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