Cerca de 400 animais silvestres foram feridos ou carbonizados por conta das queimadas no AC, diz bombeiros


Dados contabilizados pelo Corpo de Bombeiros são equivalentes aos meses de janeiro a setembro. Durante as ocorrências, animais foram localizados carbonizados, feridos ou em fuga por conta dos incêndios florestais. Animais são afetados com incêndios florestais no Acre
Asscom/CBMAC
As queimadas no Acre deixam muitas vítimas todos os dias. Além da floresta e das pessoas afetadas com a fumaça e demais problemas respiratórios, os animais sofrem com o fogo e em todo o estado. De janeiro até setembro, pelo menos 400 animais de todas as espécies já foram localizados carbonizados, feridos ou em fuga por conta dos incêndios florestais.
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De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC), de janeiro até setembro já foram atendidas 4.787 ocorrências de queimadas, contra 3.117 no mesmo período do ano passado. Esse ano também foram registrados mais de 5 mil focos de calor.
A Operação Fogo Controlado possui 115 militares atuando nessa frente de serviço, em 16 bases operacionais. O capitão Freitas Filho, coordenador da operação, comenta que nesses cenários onde os incêndios estão acontecendo, a fauna amazônica é diretamente afetada. É comum, por exemplo, serpentes e roedores se refugiarem em ambientes urbanos por conta dos incêndios.
“O trabalho do Corpo de Bombeiros é resgatar esses animais e levar para um local seguro. Se estiverem feridos ou não tiver local seguro, em que não há um local para que eles permaneçam, eles são levados para o Cetas [Centro de Triagem de Animais Silvestres], que é do Ibama, que faz a triagem e tratamento desses animais e depois os leva para um local seguro de acordo com um estudo técnico”, afirmou.
🚨 Em alguns casos, os animais buscam abrigo até em casas que estão próximas de alguma região de floresta. Por esse motivo, o CBMAC orienta os moradores que não maltratem o animal e liguem para o 193, para que os militares façam o resgate adequado e deem a destinação correta para cada espécie.
“É comum nessa época, especialmente serpentes e roedores, justamente porque eles já estão em situação de desespero. Eles já estão afetados em seu habitat por conta dos incêndios. Então naturalmente eles buscam a cidade como local seguro e a residência das pessoas”, explicou o capitão.
O Corpo de Bombeiros, o Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fazem a captura e a proteção desses animais.
Animais são resgatados de incêndios pelo Corpo de Bombeiros do Acre
Asscom/CBMAC
Queimadas e poluição do ar
Com as queimadas, a fumaça está intensa, principalmente na capital. As plataformas de monitoramento do ar mostram que o índice de poluição nesta quinta-feira (19) está “perigoso”. Segundo a plataforma IQAir, Rio Branco é a cidade mais poluída do Brasil em tempo real.
Por volta das 10h, a média apresentada era de 469 µg/m3 (microgramas por metro cúbico), número 31 vezes acima do considerado aceitável segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 15 µg/m3.
Desde o dia 2 de setembro, o estado está encoberto por uma densa camada de fumaça causada pelas queimadas que têm ocorrido não apenas no Acre, mas também nos estados vizinhos, Amazonas e Rondônia, e nos países vizinhos, Peru e Bolívia, e se estabeleceu como uma das mais poluídas do país.
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A primeira quinzena de setembro teve 2.336 focos registrados pelo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número supera o mesmo período no ano passado em 59%, quando os satélites do Inpe captaram 1.466 focos.
Neste recorte em 2024, o município com o maior número de queimadas foi Feijó, com 630 focos, que equivale a 27% dos registros. Logo depois está Tarauacá, com 415 (17,8%), e Cruzeiro do Sul, com 241 (10%). A capital Rio Branco ficou na sexta posição, com 122 focos, segundo o monitoramento.
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