‘Ficou muito quente’, diz defensor público que tirou a camiseta em voo no mesmo avião que caiu em Vinhedo


Mateus Moro diz que passou pela mesma situação por duas vezes e que pessoas chegaram a passar mal dentro da aeronave por causa da temperatura elevada. Defensor público viajou, 1 dia antes, no mesmo avião que caiu em Vinhedo
Um defensor público que tirou a camiseta em um voo da VoePass, na quinta-feira (9), no mesmo avião que caiu em Vinhedo (SP) no dia seguinte, deixando 62 mortos, relatou ao g1 que já passou pela mesma situação por duas vezes e que estava “muito quente na aeronave”.
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Mateus Moro foi filmado tirando a camiseta pela jornalista e escritora Daniela Arbex, que estava no mesmo voo e relatou ao g1 que a situação ocorreu devido a um problema com o ar-condicionado.
O defensor explicou que realizava um voo de Guarulhos para Juiz de Fora, que é a cidade da sua esposa. A aeronave decolou às 17h e pousou às 18h20.
“Numa outra viagem que a gente já tinha feito nesse voo, aconteceu algo muito semelhante, ou seja, ficou muito quente no avião. Eu tirei a camisa e a aeromoça falou: ‘você não pode ficar sem camisa’. Eu falei: ‘mas tá muito calor, alguma coisa não tá funcionando bem’. Ela até trouxe água pra mim. E, do mesmo modo, num voo de quinta-feira, tava muito quente no avião. […] Primeiro tirei o tênis e a meia, e depois de um tempo eu tirei a camisa”.
Ele estava no voo com sua esposa e com dois filhos do casal.
Defensor tirou camiseta durante voo na mesma aeronave que caiu
Daniela Arbex
Pessoas passando mal
Mateus afirmou que havia pessoas no avião passando mal.
“O rapaz que tava atrás de mim até falou que deu um pânico pra ele, uma coisa assim que ia ter que respirar muito devagar pra se acalmar e tal”.
Mateus também fez uma comparação com outros voos. “Não sei se tem qualquer relação com alguma falha no voo mas, de fato, diferentemente de outros voos normais, onde o ar-condicionado começa a gelar rapidamente depois que decola, no caso aí desse tipo de avião da VoePass, em resumo, foi a segunda vez que a gente passou bastante calor”.
Segundo Daniela Arbex, uma aeromoça foi questionada sobre o problema e respondeu que o ar-condicionado não funciona em solo, só no ar. No entanto, a jornalista afirma que nem durante o voo o sistema funcionou.
Após o relato em redes sociais, a jornalista deu entrevista para a GloboNews – veja no vídeo abaixo.
Daniela Arbex conta que passageiros passaram mal durante voo da VOEPASS 1 dia de tragédia
Receios com viagem comprada
Mateus revelou que tem passagens compradas para um retorno para São Paulo, neste domingo (11).
“A gente tem um compromisso hoje, um casamento aqui em Minas, e a gente vai voltar para São Paulo, tem um voo amanhã, às 19h, saindo de Juiz de Fora para Guarulhos. E a gente tá pensando aqui se realmente vai ter o voo ou se a gente vai desistir de tudo e fazer uma viagem longa de carro, sabe. Aqueles receios todos, né”.
O g1 procurou a VoePass, que enviou nota, mas não comentou esse caso específico. No texto, comentou que, em relação ao acidente aéreo, a aeronave estava “aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo com todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente”.
Também afirmou que está colaborando para que a conclusão das apurações seja “breve e esclarecedora”.
“Neste momento, o foco da VOEPASS é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente, de consolo e apoio emocional”, concluiu.
Avião cai no bairro Capela, em Vinhedo (SP)
Foto mostra local da queda em Vinhedo
Claudia Vitorino/ Arquivo pessoal
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Como era o avião que caiu em Vinhedo
Arte/g1
Nota FAB
A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), foi acionada para atuar na ocorrência da queda da aeronave da Passaredo, de matrícula PTB 2283, registrada na tarde desta sexta-feira (09/08), em Vinhedo (SP).
Investigadores do CENIPA e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro, localizados em São Paulo, já estão a caminho para realizar a Ação Inicial da ocorrência.

Nota companhia aérea
Em relação ao acidente ocorrido na tarde desta sexta-feira, 9 de agosto de 2024, com o voo 2283, na região de Vinhedo- SP, a VOEPASS reitera que a aeronave estava aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo com todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente.
As investigações, quando finalizadas, indicarão as causas do acidente e a companhia está colaborando prontamente para que esta conclusão seja breve e esclarecedora.
Neste momento, o foco da VOEPASS é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente, de consolo e apoio emocional..
Imagem do Globocop mostra local da queda de avião em Vinhedo (SP)
TV Globo
Nota aeroporto de Cascavel
A gestão do Aeroporto Regional de Cascavel informa que aguarda informações da companhia aérea Passaredo que, no momento, é o único órgão que detém informações oficiais.
Uma operação padrão de emergência regida pela equipe do Aeroporto está em curso para entrar em contato com as famílias de possíveis vítimas.
A aeronave que saiu do Aeroporto Regional de Cascavel com destino a Guarulhos, caiu cidade de Vinhedo, São Paulo, na tarde desta sexta-feira (9).
Nota Ministério Portos e Aeroportos
O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) lamenta profundamente o acidente envolvendo a aeronave com passageiros, ocorrida em Vinhedo-SP, no início da tarde desta sexta-feira (9), e manifesta solidariedade aos familiares e amigos das vítimas.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está acompanhando a prestação do atendimento aos familiares pela empresa aérea, bem como adota as providências necessárias para averiguação da situação regulamentar da aeronave e dos tripulantes, no âmbito de suas atribuições.
O Governo Federal acompanha ainda os desdobramentos das investigações oficiais sob competência do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
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