Pai divide experiência de ter filho afetivo autista: ‘Foi muita emoção quando ele me chamou de pai’


Edison Carlos de Faria, de Divinópolis, contou ao g1 como é ser pai afetivo de Vitor. ‘Meu pai sempre me amou e me protegeu’, disse o adolescente. Edison é pai afetivo de Vitor que tem TEA e TDAH
Edison Carlos/Arquivo Pessoal
Pai é aquele que oferece cuidado e proteção. Mas, acima de tudo, é aquele que faz das dificuldades e diferenças, a maior prova de amor. Edison Carlos de Faria, de Divinópolis, é um desses exemplos.
Há oito anos, ele assumiu a paternidade afetiva de Vitor Oliveira, hoje com 14 anos, diagnosticado ainda na infância com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
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Edison acompanha o desenvolvimento de Vitor desde que ele tinha seis anos de idade
Edison Carlos/Arquivo Pessoal
Embora a história entre os dois seja relativamente recente, o destino já apontava para esse encontro há mais de 20 anos.
Flávia Oliveira, mãe biológica de Vitor e esposa de Edison, conta que eles se conheceram na adolescência – ela com 13 anos e ele com 20.
A diferença de idade acabou separando seus caminhos, levando-os a casamentos diferentes. Foi só há oito anos, após ambos se divorciarem, que eles se reencontraram.
Edison, Vitor e Flávia – Divinópolis
Edison Carlos/Arquivo Pessoal
Dessa vez, a diferença de idade já não era mais um obstáculo. Decidiram namorar e logo optaram por construir uma vida juntos.
No começo, o relacionamento foi desafiador. Flávia se preocupava com a reação da família, especialmente do filho mais velho e da filha afetiva. E o mais importante: como Vítor reagiria.
Edison, porém, não se intimidou. O amor que sentia por Flávia se estendeu naturalmente a Vitor, e ele assumiu de imediato a responsabilidade de pai.
Ele o acompanhava em tratamentos especializados, cuidava dele enquanto Flávia trabalhava, ensinou Vitor a andar de bicicleta, a nadar e até a empinar pipa.
Com gestos de carinho e dedicação, não demorou para que Vitor o chamasse de pai.
“Meu coração quase saiu pela boca de tanta emoção quando ele me chamou de pai pela primeira vez. O baque foi grande, mas eu já havia aceitado e fazia esse papel desde o início”, relembrou Edison.
Essa simples palavra simbolizou a profundidade do amor que Edison sente por Vitor, um sentimento totalmente correspondido.
“Meu pai sempre me amou e me protegeu. Me ensinou andar de bicicleta, me ensinou a nadar, sempre me ajudou e me deu conselhos”, disse o menino.
Hoje, Edison, que já é pai biológico de dois jovens de 23 e 25 anos, também é o paizão de Vitor, não só no nome, mas em todas as atitudes que demonstram sua dedicação em garantir que o menino se sinta sempre amparado.
“Eu sou muito grato a Deus por ter o melhor pai do mundo”, disse Vitor.
Para Flávia, a família que construíram é atípica, mas marcada pelo amor, superação e união diante das adversidades.
“Juntos, seguimos em frente, mostrando que o verdadeiro pai não é apenas quem gera, mas quem cuida, ama e está presente. O amor de pai vai além dos laços de sangue. O amor entre Edison e Vitor foi um amor plantado por Deus, que agora floresce nas mais diversas formas”, finalizou Flávia.
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