USP desenvolve produto à base de alecrim-pimenta e cravo-da-índia que combate coronavírus em superfícies


Pesquisadores extraíram óleo essencial das plantas para criação de desinfetante 100 vezes mais eficaz que os disponíveis no mercado. USP de Ribeirão desenvolve produto que combate vírus da Covid em superfícies
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto (SP) descobriram que, juntos, alecrim-pimenta e cravo-da-índia são capazes de combater o coronavírus em superfícies.
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O estudo pode contribuir com a criação de produtos capazes de revestir máscaras cirúrgicas e desinfetar áreas públicas, de grande circulação de pessoas.
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Apesar de promissora, ainda não há previsão para que a nova formulação, desenvolvida a partir de óleos essenciais extraídos das duas plantas, chegue ao mercado.
Produto à base de óleo essencial de cravo-da-índia e alecrim-pimenta pode livrar superfícies do coronavírus
Reprodução/EPTV
No entanto, já é possível afirmar que ela tem capacidade de reduzir a carga viral do sars-cov-2 com potência 100 vezes maior que a solução de fenol a 1%, normalmente usada em desinfetantes.
“Não é antiviral. Antiviral seria você ter se infectado com o vírus e ele ter a ação de combater e te curar. Ele [o produto] é virucida, ele elimina o vírus. Então, nossa aplicação primária principal é como um desinfetante. O vírus, em contato com esse produto, se inativaria e perderia a eficácia e não conseguiria contaminar as pessoas e o ambiente”, explica o coordenador da pesquisa, Wanderley Pereira de Oliveira.
Alecrim-pimenta
Reprodução/EPTV
Óleo essencial como base
Os pesquisadores desenvolveram o desinfetante a partir de óleos essenciais aromáticos do cravo-da-índia e do alecrim-pimenta.
Depois da coleta das plantas, eles extraíram o óleo em laboratório. Posteriormente, os produtos foram misturados, fervidos, resfriados e, então, transformados em pequenas partículas.
Óleo de plantas foi extraído em laboratório para produção de produto que pode livrar superfícies do coronavírus
Reprodução/EPTV
O estudo também notou que, além de ajudar no combate ao coronavírus, o uso destes óleos naturais diminuiu o risco de reações na pele.
“A gente quer promover o desenvolvimento de uma formulação que contribua para o aumento da segurança, diminuição dos riscos de a pessoa ter um efeito tóxico, diminuir a chance, por exemplo, de se causar uma queimadura quando exposto ao sol”, diz a pesquisadora Gabriela Alberto Gil.
Para Letícia Kakuda, também pesquisadora, a descoberta demonstra a importância da biodiversidade brasileira.
“A gente incentiva a produção destas plantas, a extração sustentável também, e além disso, utilizando elas em nanopartículas, vai reduzir a quantidade de óleo pra ter a mesma função ou uma função ainda melhorada, ou seja, reduzindo o impacto ambiental por utilizarmos menos material vegetal para produção do óleo essencial”.
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