Amamentação prolongada: até quando amamentar seu bebê?


Entenda também quais fatores são essenciais para garantir o sucesso do aleitamento. O ato de amamentar vai muito além de alimentar. Embora o leite materno realmente seja um alimento completo para o bebê, contendo a combinação perfeita de macro e micronutrientes, hormônios, anticorpos e bactérias benéficas, a amamentação também é um momento de conexão entre a mãe e o seu filho, garantindo que ambos compartilhem sentimentos de amor, conforto e segurança.
Entidades como a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam o aleitamento materno de forma exclusiva até os seis meses de idade. A partir da introdução alimentar de forma balanceada e equilibrada, a amamentação pode se estender até os dois anos de idade ou mais.
Benefícios para mamãe e bebê
O ato de amor que a amamentação representa traz uma série de benefícios tanto para quem oferece quanto para quem recebe o leite materno. A médica cooperada da Unimed Curitiba e especialista em pediatria, dra. Ângela Del Zotto Batistelli, compartilha as principais vantagens do aleitamento.
Para o bebê
Protege contra infecções em geral. “Não por acaso, o leite materno é considerado a ‘primeira vacina’ dos lactentes”, ressalta a dra. Ângela.
Previne alergias
Evita o desenvolvimento de doenças inflamatórias intestinais
Reduz a dor em bebês submetidos a procedimentos dolorosos de pequeno porte
Promove o desenvolvimento orofacial, prevenindo má oclusão dentária
Diminui a incidência de sintomas emocionais e dificuldades psicossociais em geral
Protege contra a obesidade infantil, diminuindo o risco de desenvolver diabetes do tipo 2 e sobrepeso
Para a mãe
Fortalece o vínculo afetivo
Evita crises de enxaqueca
Acelera a recuperação do peso anterior ao período gestacional
Protege contra o desenvolvimento dos cânceres de mama e de ovário
Introdução alimentar
De acordo com a pediatra cooperada da Unimed Curitiba, à medida que a lactação evolui, ocorre uma redução fisiológica de nutrientes. Por volta dos sete meses, as necessidades da criança relacionadas a esses micronutrientes devem ser fornecidas pela alimentação complementar.
A partir desse momento, se torna necessário oferecer alimentos que forneçam energia, proteína, gorduras, vitaminas e sais minerais para o crescimento e o desenvolvimento da criança.
“A introdução dos alimentos complementares deve ser gradual e é importante que a dieta oferecida seja equilibrada, variada e forneça todos os tipos de nutrientes conforme a idade”, explica a dra. Ângela.
Existem pelo menos quatro métodos conhecidos de introdução alimentar: tradicional, participativa, BLW e BLISS. Para determinar qual dessas técnicas será a mais adequada, a família deve procurar a opinião de um pediatra especializado, além de considerar questões financeiras e relacionadas à própria rotina.
Como garantir o sucesso da amamentação?
Para a dra. Ângela, o sucesso do aleitamento materno é apoiado em três pilares: bebê interessado, mamãe motivada e rede de apoio atuante. E como garantir que todos esses pontos estejam presentes no dia a dia da família?
Até os seis meses de idade, não ofereça outros alimentos ao bebê além do leite materno
Perceba os sinais que o bebê dá, como colocar as mãozinhas na boca ou virar a cabeça em busca de alimento
Tenha atenção à pega correta, que é a forma ideal de o bebê abocanhar a mama durante o aleitamento. O queixo da criança deve tocar o seio da mãe e a boca do bebê deve cobrir o máximo da aréola que ele conseguir
Lembre-se de tomar água enquanto amamenta e ao longo do dia, algo fundamental para que o corpo reponha todo o líquido perdido durante a amamentação
Use um sutiã adequado, preferencialmente de algodão, sem bojo e com abertura frontal
Ao retornar ao trabalho, faça a ordenha e o estoque do leite e oriente o cuidador a alimentar o bebê com um copinho, evitando os bicos artificiais. “Após a ordenha, o leite deve ser colocado em geladeira. Em casa, pode ser oferecido à criança no mesmo dia, no dia seguinte, ou congelado. O leite cru pode ser conservado em geladeira por 12 horas e no freezer por até 15 dias, de preferência em porções individuais. O descongelamento deve ocorrer na geladeira e o aquecimento em banho-maria, fora do fogo”, orienta a dra. Ângela
A rotina da amamentação é cansativa, então é importante contar com a ajuda de outras pessoas com as tarefas domésticas e os cuidados com o bebê para conseguir descansar entre cada mamada
Evite encarar a amamentação como uma obrigação e aproveite o momento para se conectar com o bebê
Escolha um local calmo, arejado, sem muitas interrupções e busque estar relaxada ao amamentar. Quando a mãe está estressada, o bebê sente a tensão e pode não mamar adequadamente
E quando o bebê não consegue mamar no peito da mãe?
Em algumas situações, como nos nascimentos prematuros em que os bebês precisam ficar internados na UTI neonatal, os recém-nascidos não conseguem mamar no peito da mãe. Mas considerando a enorme importância que o leite materno tem para o desenvolvimento da criança, existem algumas estratégias que garantem que o bebê receba o leite da mãe.
É o caso, por exemplo, do aleitamento beira leito oferecido no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Fátima da Unimed Curitiba. Através dessa estratégia, a mãe ordenha o leite enquanto olha para o seu bebê, um processo que auxilia na liberação do hormônio ocitocina, facilitando a saída do leite e aumentando a conexão entre mãe e filho.
Assim que a mãe retira o leite, o alimento é imediatamente entregue à equipe de saúde, que o oferece ainda quente ao bebê através de uma sonda.
Além de fortalecer o vínculo afetivo, o aleitamento beira leito diminui os riscos de contaminação do leite e garante que o bebê receba o leite da própria mãe, o qual terá todos os anticorpos e nutrientes que o filho precisa.
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