Judocas olímpicos brasileiros foram preparados com ajuda de tecnologia criada na USP


Atletas foram monitorados por software que detecta talentos desenvolvido pelo CeMEAI, sediado no campus da universidade em São Carlos (SP). Larissa Pimenta leva bronze no judô
Kim Kyung-Hoon / REUTERS
Os atletas da equipe olímpica de judô do Brasil, que estão nos jogos de Paris, tiveram a ajuda de uma tecnologia desenvolvida no Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), sediado no campus da USP em São Carlos (SP), para se preparem para as disputas.
Batizado de “iSports”, o software, que é baseado em modelo estatísticos, foi adotado pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para detectar talentos esportivos.
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Campus I da USP em São Carlos
Marcos Santos/USP Imagens
O programa foi criado para ser uma espécie e de “olheiro esportivo” e inicialmente foi aplicado ao futebol.
O software realiza testes e armazena resultados físicos e técnicos, gerando gráficos, tabelas e parâmetros que permitem aos profissionais da modalidade analisar os dados e interpretá-los, sendo uma ferramenta de auxílio para verificar o desempenho dos atletas.
William Lima no judô
Reprodução
“O iSports pode ser usado para identificar, de forma mais objetiva, atletas que têm um desempenho acima da média dentro de um grupo e, assim, descobrir talentos”, explica um dos criadores da ferramenta virtual, Francisco Louzada Neto, professor do ICMC-USP e coordenador de Transferência de Tecnologia do CeMEAI.
O projeto chamou a atenção de lideranças brasileiras esportivas de outras modalidades. Em 2020, nasceu o iSports Judô, com adaptações nas variáveis coletadas para as análises dos atletas.
iSports Judô
Rafaela Silva durante disputa nas Olímpiadas de Paris
Sarah Meyssonnier/Reuters
O interesse partiu de Leandro Carlos Mazzei, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos responsáveis pela aplicação da pesquisa na Confederação Brasileira de Judô.
O trabalho teve tanto sucesso que, em 2022, recebeu um prêmio de R$ 15 mil de Esporte Inovação no Congresso Olímpico Brasileiro. Além disso, Mazzei ganhou a oportunidade de viver a experiência dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Prof. Leandro Carlos Mazzei éum dos responsáveis pela aplicação da pesquisa na Confederação Brasileira de Judô
Arquivo Pessoal
De acordo com o professor, o iSports contribuiu com a melhoria das informações de desempenho, incluindo testes de força, velocidade e resistência.
“O CeMEAI adaptou muito bem o software para as necessidades do judô e reuniu uma equipe multidisciplinar de profissionais. Vamos continuar usando a tecnologia porque, ao final do ciclo de competições de Paris, já estaremos pensando em Los Angeles. Sabemos que a ferramenta tem todas as condições de contribuir com outras modalidades e com a evolução tecnológica do esporte brasileiro”, disse Mazzei.
Francisco Louzada do CeMEAI da USP
CeMEAI/Reprodução
Para Louzada, a aplicação do software demonstra a importância do desenvolvimento de produtos acadêmicos voltados à comunidade.
“Esses feedbacks também nos dão um estímulo muito grande para continuarmos nossa luta em oferecer inteligência às entidades nacionais que regulam o esporte e que primam por um esporte de qualidade que possa ser mensurado com precisão”, destacou.
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