Telemedicina se consolida no Brasil após a pandemia


Com resolutividade superior a 90%, tem se mostrado uma ferramenta eficaz e essencial no atendimento médico moderno A pandemia de COVID-19 trouxe uma série de desafios e transformações para diversos setores, mas talvez nenhum tenha sido tão impactado quanto o da saúde.
A necessidade urgente de minimizar a circulação de pessoas em ambientes potencialmente contaminados, aliada à superlotação de hospitais e unidades de saúde, impulsionou uma mudança radical na forma como os atendimentos médicos são realizados no Brasil.
A telemedicina, que já existia, emergiu como uma solução essencial e urgente, revolucionando o modo de acesso e prestação de serviços médicos.
Pandemia como impulsionadora de mudanças
Segundo a Dra. Renata Zobaran, CMO da TopMed Saúde Digital, “a pandemia provocou uma profunda transformação na forma como pessoas, empresas e profissionais conduzem suas atividades, especialmente no âmbito da saúde”.
De fato, as medidas de distanciamento social e a superlotação dos sistemas de saúde aceleraram a regulamentação e a adoção da telemedicina. Em 2020, o Ministério da Saúde regulamentou, em caráter emergencial, o uso de teleconsultas, teletriagens e telemonitoramento, permitindo que a prática se tornasse uma realidade cotidiana no atendimento médico.
A rápida adaptação das empresas do setor de saúde foi crucial para tornar a telemedicina acessível e prática para a população, exigindo capacitação profissional e educação dos pacientes sobre os benefícios e a utilização das ferramentas de saúde digital.
Importância da Telemedicina no contexto atual
A telemedicina representa um avanço significativo na democratização do acesso à saúde. Permite que o atendimento médico chegue a regiões remotas, eliminando as barreiras geográficas e reduzindo custos tanto para o sistema público quanto para o usuário final.
Pessoas que antes precisavam se deslocar longas distâncias, muitas vezes com dificuldades de locomoção, agora podem receber atendimento de qualidade sem sair de casa.
Para a Dra. Zobaran, “os altos custos com a saúde na área privada também seguem a mesma lógica. Atualmente, muitas pessoas precisaram abrir mão de planos de saúde, mas conseguem contar com soluções de telemedicina, que saem muito mais barato e coloca o usuário em contato direto com um médico sempre que precisar”. Essa acessibilidade também contribui para diagnósticos precoces e tratamento de doenças antes que se agravem.
Além disso, a telemedicina desafoga o sistema de saúde público, permitindo que as unidades de saúde presenciais foquem nos casos que realmente necessitam de intervenção direta. Com resolutividade superior a 90%, a telemedicina tem se mostrado uma ferramenta eficaz e essencial no atendimento médico moderno.
Números comprovam o crescimento da Telemedicina
Entre 2020 e 2021, mais de 7,5 milhões de atendimentos foram realizados via telemedicina no Brasil, por mais de 52,2 mil médicos, conforme dados da Saúde Digital Brasil. Além disso, 70% das instituições de saúde já oferecem atendimento via telemedicina, com uma adesão crescente por parte dos profissionais. Em Santa Catarina, até abril de 2022, foram registradas 200 mil teleconsultas, 2,67 milhões de exames de telediagnóstico e 5,7 milhões de imagens médicas.
Revolução tecnológica na área de Saúde
A pandemia também impulsionou o desenvolvimento tecnológico no setor de saúde. Ferramentas como aplicativos de telemedicina, programas de inteligência artificial e até avatares médicos estão ajudando a democratizar o acesso aos cuidados de saúde, agilizando processos e tratamentos tanto na esfera pública quanto na privada.
A chamada “Saúde 4.0” integra ferramentas de tecnologia da informação ao campo da saúde, utilizando análise de dados avançada, big data e inteligência artificial para melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados. Essas tecnologias não só fomentam a tomada de decisões e políticas públicas mais assertivas, como também promovem um melhor entendimento das especificidades da população.
Perspectivas para a Saúde Digital
O mercado de saúde digital está em expansão. Globalmente, projeta-se que o setor alcançará US$ 857 bilhões até 2030, com um crescimento anual de 18,8%. No Brasil, a expectativa é de que o mercado atinja US$ 4,9 bilhões até 2029, com crescimento anual médio de 9,1%.
Este cenário promissor destaca o potencial da telemedicina em continuar transformando a forma como o atendimento médico é realizado, promovendo maior acessibilidade, eficiência e qualidade nos serviços de saúde. A experiência adquirida durante a pandemia serviu para essa evolução, que promete impactar positivamente a vida de milhões de pessoas nos próximos anos.
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